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23/10/2014
BEM VINDA INDIGNAÇÃO

BEM VINDA INDIGNAÇÃO

22 de outubro de 2014

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Fonte: Massimo Viglione / Tradução: Dominus Est

Ao fim deste sínodo, parece que os católicos de “boas disposições e sentimentos” podem soltar um suspiro de alívio:

não houve declaração segundo a qual os divorciados recasados podem ter acesso aos sacramentos.

E, assim, já aparecem os primeiros títulos e artigos triunfantes dos notórios habituais (em particular daqueles que têm muito a perder na defesa da verdade integral contra quem guia a Igreja hoje) que aclamam a sabedoria do papa Francisco, etc., etc., fazendo aquilo que, há anos, com cada vez menos moderação intelectual, eles fazem, hoje, com cada vez mais destreza profissional: nos dizer, do alto de sua sabedoria pontifícia e através dos instrumentos submissos de informação midiática, que “o céu é verde e a grama é azul”, como se nada tivesse ocorrido, ou melhor, com a arrogância daqueles que são os únicos capazes de entender. É preciso recordar-lhes que negar a verdade certa dos fatos ocorridos é um pecado contra o Espírito Santo. Além disso, eles não entendem sequer que agora mais ninguém acredita em suas bobagens servis, exceto que eles as fazem por submissão intelectual atávica (ou por incurável “fingimento” afetivo).

Como já disse em um artigo precedente, esse sínodo foi caracterizado por uma inversão de papéis, ao menos em matéria de moral e família. Enquanto que com João Paulo II e Bento XVI (mas nesse campo específico também com Paulo VI), os papas cumpriam o papel de trincos das forças centrífugas dos progressistas em nome da defesa do Magistério de sempre e da lei natural, com Bergoglio se viu (e se verá) exatamente o contrário: um grupo de cardeais que tentam frear um papa que corre adiante sem olhar para ninguém (a começar por seus predecessores), não somente escolhendo como seus colaboradores exponentes – às vezes até extremistas, como Kasper ou Enzo Bianchi apenas para citar alguns – do progressismo, mas também com uma série de inumeráveis declarações, com um crescimento exponencial nessa última semana, sobre a necessidade da misericórdia, da mudança, do “Deus que nos surpreende”, da adaptação, ad aceitação, e não somente dos divorciados recasados, mas também dos homossexuais, desencadeando e mandando à ribalta uma série de personagens com declarações alucinantes que se distanciam não só da doutrina, mas às vezes até da simples lógica (por exemplo o cardeal Baldisseri, do qual se falou no artigo precedente).Negar que a vontade de Bergoglio era a de chegar à abertura da “misericórdia” para com todos e, assim, permitir a comunhão para os divorciados recasados como primeiro objetivo e preparar, com isso, o acesso aos homossexuais, como segundo, é dizer precisamente que o céu é verde e a grama é azul. E afirmá-lo também com ira e ironia para com esses pobres imbecis que ainda pensam que o céu é azul e a grama é verde.

Há um perdedor nesse Sínodo, independente do que digam os partidários do céu verde: é aquele que não obteve o que ele queria obter e pelo qual ele tinha desencadeado, se se pode dizer, uma “alegre máquina de guerra” (é inútil dar os nomes e os sobrenomes dos comandantes e dos soldados, nós os lemos todos os dias com suas declarações pérfidas, heréticas e, por vezes, patéticas) que foi detida por alguns cardeais que construíram um muro em nome da fidelidade à verdadeira doutrina do Evangelho e ao Magistério da Igreja universal (a do céu azul, em resumo). Entre esses, devemos recordar o cardeal Müller e o cardeal Burke […]. Apreciei muito o retorno da indignação, um dos elementos suprimidos pela Igreja pós-conciliar e que é, ao contrário, a pedra angular da defesa da verdade, como o próprio Cristo demonstrou em vários momentos ao longo de sua pregação pública. A eles vai o nosso agradecimento, por terem colocado pedras na engrenagem. Eles nos recordaram assim que o Espírito Santo sempre pode mudar o curso dos acontecimentos no último minuto.

Naturalmente, a alegre máquina de guerra foi detida, mas não vencida. Inicialmente, 56% dos “padres sinodais” votaram em favor do documento no qual é indicado que se remete ao próximo sínodo de 2015 o “encontro final” (ainda no meu artigo anterior – e isso constitui assim uma prova fora de qualquer dúvida – escrevi que nesse verão tinha falado com um arcebispo do sínodo e que esse último tinha me dito que se sairia dele com um violento enfrentamento e que tudo seria remetido ao sínodo de 2015 – o que permite entender que as duas partes estavam perfeitamente conscientes do que iria acontecer); além do mais, já está óbvio que o enfrentamento foi conduzido em campo aberto, e, portanto, a partir de agora, nos doze próximos meses, veremos cada vez mais bispos tomarem posição com base nos fatos concretos e, em seguida, afinar e preparar “a grande batalha do nosso tempo”, que vai além da questão do divórcio e mesmo da dos homossexuais, pois se trata, definitivamente, da própria estrutura da fidelidade absoluta ao depósito da Fé (Depositum Fidei) da parte de toda a Igreja e do próprio papa.

Finalmente, como o declarou o cardeal Baldisseri, “A Igreja é história”… Desde a época de Cristo, é preciso procurar muito para encontrar uma declaração mais herética (e estúpida) que essa. Porém ela é uma afirmação que diz tudo: que em jogo está a natureza da própria Igreja: imutável “corpo místico de Cristo a serviço da glória de Deus e da salvação das almas” ou “associação humanitária que trabalha no desenvolvimento da história”?

É o que o próximo Sínodo de 2015 deverá decidir: mais que um Concílio Vaticano III! Ele será um Sínodo cuja importância ultrapassará de longe todos os 21 concílios precedentes da Igreja reunidos.

Se, porém, alguém não embaralhar as cartas antes…Os nossos heróis terão o quê combater e afrontar. Mas uma coisa é certa: foi aberta a caixa de Pandora e agora saiu tudo. Em poucos dias vimos sair, um após a outro, os mais inacreditáveis horrores doutrinais pronunciados por prelados, sem descanso, com um impudor e uma frenesi que revelam o estado de seu espírito, um espírito que, após uma vida de luta clandestina, vê, enfim, surgir a possibilidade real de ter o apoio de Pedro no lugar de sua hostilidade.

Não é o caso? Aqui, caros amigos, não se trata de aceitar ou não o autor dessas linhas: nas profundezas de sua alma, cada um sabe perfeitamente como as coisas são realmente. E certamente não se pode esconder do Espírito Santo sua própria consciência interior.

Estamos em guerra, senhores, caso isso tenha escapado a alguém. Um ano na trincheira espera aqueles que amam a Igreja e a verdade, aqueles que aderem à Tradição e ao Magistério da Igreja universal, assim como o respeito pela lei natural. Agora o inimigo está dentro da fortaleza.

Mas como Tolkien nos ensinou no assalto ao abismo de Helm, na aurora do quinto dia virá a salvação. A nós, cabe resistir com todas as nossas forças e esperar contra toda esperança: e o que ocorreu com esse sínodo prova isso, porque… falta as tampas nas panelas da subversão. E vamos fazer isso com a ajuda de Deus e da Mãe do Verbo encarnado.

Fonte:http://catolicosribeiraopreto.com/bem-vinda-de-volta-indignacao/#more-14879




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