REFLEXÃO DE LUZ DE MARIA

17.02.2015

Damos início a esta Santa Quaresma motivados para uma renovação espiritual, no sentido de uma tomada de consciência como em nenhum momento anterior na história da humanidade.

Nos Apelos de Quaresmas anteriores, nosso Senhor disse-nos:

"Tende a certeza de que o Meu Amor transcende todo o amor humano e que a Minha Misericórdia é infinita. "Vim pelos doentes", vim para curar, vim para trazer-vos um Cofre a fim de preservar-vos do mal: o cofre do Coração Imaculado de Minha Mãe Santíssima. Mergulhai Nele, porque vós sois o Meu Tesouro."   

Tendes de ressuscitar espiritualmente sendo novas criaturas.

A duração da Quaresma baseia-se no símbolo do número quarenta na Bíblia. Nela, fala-se sobre os quarenta dias do dilúvio, os quarenta anos da marcha do Povo Judeu pelo deserto, os quarenta dias de Moisés e Elias no monte, os quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de dar início à Sua Vida Pública, os quarenta dias que Jonas pregou em Nínive, os 400 anos que durou a permanência dos judeus no Egito.

É um momento de reflexão, de meditação e de reconciliação com Cristo. Esse é o objetivo espiritual que se espera da Quaresma, uma preparação para penetrar no Mistério da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Cristo e com Ele, a Sua Igreja. A conversão nunca está mais próxima do homem do que neste período.

Hoje mais do que nunca é necessário que o homem não só tenha uma relação de proximidade ou central com Cristo, como também viva uma verdadeira experiência Mística para que compreenda que a Deus ama-se e respeita-se simultaneamente, não com medo do castigo, mas sim por medo de O ofender.

Neste momento a humanidade deveria apegar-se à penitência a que leva a Semana Santa, apesar de que a cada ano são menos os que vivem a Quaresma com verdadeiro espírito de contrição. Se todos os dias ao abrirmos os olhos, estivéssemos conscientes de que vivemos uma nova oportunidade para nos tornarmos cristãos melhores do que fomos ontem, talvez o homem não se apressasse a apegar-se ao passageiro. Se o ser humano tivesse sido criado com uma consciência de que as obras e ações se repercutem na sua vida, se cada ser humano decidisse ser diferente porque o motiva aspirar a uma vida para além da morte, talvez o homem de hoje não fosse tão ignorante em relação à realidade espiritual que o rodeia.

Contemplamos a Cruz, talvez levada por muitos jovens que a penduram ao peito. Alguns usam-na como se fosse apenas mais uma joia, outros como se fosse um amuleto e a maioria não sabe o verdadeiro significado dela. A Cruz é o maior, mais forte e amado sinal porque é o mais importante na história da humanidade. Nela Cristo substituiu a cada um de nós, até sentir o abandono do Pai. O Santo dos Santos pagou por cada um de nós. Solidão que o homem padecerá no Anúncio e aí sentirá na sua própria pele a dor insuportável da ausência do Espírito Santo nos seres humanos.

A violência atual, está muito longe da Vontade Trinitária. Recordando a história, a violência tem-se disfarçado até de santidade para fazer com que os irmãos se matem entre si. A cristandade perseguiu o que não compreendia, pelo que, depois, se viu na obrigação de pedir perdão. Mas o cristianismo é a religião perseguida, porque o verdadeiro filho de Deus sabe que não está sozinho e que lhe tirarão a vida, mas na alma ninguém pode tocar. Tal cria nas outras religiões, um certo medo em relação aos cristãos, porque sabem que vivem com algo maior e mais eterno do que os demais.

Se o homem se aprofundar no caminho espiritual, será como a águia, sulcará as alturas e deixará de ser tão humano para ser mais à imagem e semelhança de Cristo!... Os mistérios da Paixão de Cristo vão mais além de carregar a Cruz pela humanidade. O próprio Cristo cedeu ao homem a Sua herança, para que transcenda o que os olhos não veem. Tenhamos em mente as palavras de São Paulo, quando diz:

"o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero".
(Rm 7,19)

O que nos dirá? A natureza humana leva o homem a pecar, devido ao seu "ego": o livre arbítrio, é aquele que planeia as más ações. Quantos já mataram um irmão da forma mais cruel que possa existir! Quantos sem serem terroristas, dando rédea solta à sua vontade humana repleta de soberba, dedicaram as suas vidas a perseguirem um irmão com o propósito de fazer-lhe mal!

Não é necessário abortar um feto em gestação para cometer um crime, ou ter um punhal na mão para matar, ou manter um ser humano, dia e noite, sob tortura até que morra, para ser um assassino. Cada ser humano deve perguntar-se: Quão perto estou da Cruz? Sou um cristão verdadeiro? Conheço a Cristo? Vivo em pecado? O que posso fazer para mudar a minha vida e arrepender-me?

O amor, a humildade, a obediência, são parte de mim. Deus é rico em misericórdia e mesmo tendo caminhado pelo mundano, com pensamentos e ações nascidos da ira, estando morto, deu-me vida e vida em abundância.

A violência e a ira aumentam e o sangue continua a tingir a terra, os cristãos são perseguidos assim como prevejo o aparecimento do anticristo e prevejo a Segunda Vinda de Cristo.

Cristo diz-nos: será que não estais unidos à Minha Cruz, quereis viver sem tribulação, nas famílias ou nas vossas vidas? Será que vos haveis esquecido que "se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me." (Mt. 16, 24)?

Devemos permanecer em Cristo. O que devemos fazer? Derrubar o eu humano quando tende para o mal e tal dá-se na maioria dos casos.

A humildade não é querida, porque diminui o "ego", mas eleva o espírito e o espírito não o veem os demais à vista desarmada.

O homem vive de aparências e deve-se perguntar-se: quão perto estou de Cristo?

Vivo com uma máscara e por dentro estou vazio?
Auxílio o irmão quando os outros não me estão a ver?
Cumpro os Mandamentos?

A PAIXÃO DE CRISTO FAZ ESTREMECER A ALMA DO CRISTÃO.

Meditando sobre isto e evocando os soldados que jogavam entre si a túnica de Cristo sorteando-a, qual é a diferença em relação àqueles que se dizem salvos reivindicando a herança da salvação? Qual é a diferença entre os primeiros e os que não creem, os que blasfemam, ou os que pertencem a uma igreja luxuosa, ou os que creem ter um lugar privilegiado, ou entre os católicos, evangélicos, grandes políticos, ricos, leprosos?

Quantos, embora sem o saberem, são como aqueles soldados, quando se luta por alcançar um lugar privilegiado na hierarquia da Igreja, ou entre a comunidade!

Quantos juízos condenatórios enterram a honra de um ser humano!... Vivemos tão perto do mundo sem ver os sedentos espirituais, enquanto o momento se perde comentando sobre o quão bom se é, pelo que se ajuda ao próximo. Quantos sermões são desperdiçados com pregações contra um membro da comunidade? Com quanta facilidade vemos os defeitos dos outros e ignoramos os nossos! Acreditamos estar tão perto de Cristo, que não vemos a própria realidade. Em quantas partes dividimos a túnica de Cristo? Está-se tão perto da Cruz estando-se ao mesmo tempo tão longe de Cristo!

SEDE UM SÓ COMO O MEU PAI E EU SOMOS UM SÓ... É A ORDEM DE CRISTO, NÃO UMA UTOPIA.

Basta que alguns de nós decidamos que desejamos viver a loucura da Cruz e o resto fá-lo-á Cristo.

Meditemos sobre a primeira leitura de hoje, correspondente ao Capítulo 7 do Génesis, onde nos é narrado o dilúvio.

No versículo 11 do capítulo 7, diz-se:

"No ano seiscentos da vida de Noé, no segundo mês, no décimo sétimo dia do mês, romperam-se naquele dia todas as fontes do grande abismo e abriram-se as barreiras dos céus. A chuva caiu sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites. "

Coincidentemente, hoje é dia 17 do segundo mês, véspera da Quaresma que dura 40 dias, o mesmo número de dias que durou o dilúvio. Será tal um apelo à humanidade para que medite sobre o momento que estamos a viver?

 

Fonte:http://www.revelacionesmarianas.com/portugueis.htm