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30/07/2018
Pedido de Comissão para abolir Confissão viola liberdade religiosa, diz cardeal Gracias

Pedido de Comissão para abolir Confissão viola liberdade religiosa, diz cardeal Gracias

A Comissão Nacional para as Mulheres recomenda ao governo indiano a abolição do Sacramento da Confissão em todo o país para evitar casos de assédio e chantagem por parte do clero católico em relação às mulheres.

https://www.vaticannews.va/content/dam/vaticannews/agenzie/images/afp/2018/07/28/16/india-religion-christianity-1532786726995.jpg/jcr:content/renditions/cq5dam.thumbnail.cropped.750.422.jpeg

Sacerdote indiano atende confissão na Basílica Santa Maria, em Secunderabad  (AFP or licensors)

Cidade do Vaticano

A Comissão Nacional para as Mulheres recomenda ao governo indiano a abolição do Sacramento da Confissão em todo o país. Desse modo - defendem os funcionários de Nova Déhli – se evitaria os casos de assédio e chantagem do clero católico em relação às mulheres.

Com uma mensagem enviada para toda a mídia no sábado, 28, o cardeal Oswald Gracias, presidente da Conferência dos Bispos da Índia (CBCI), respondeu com firmeza: "Fiquei chocado quando li a notícia. Este pedido revela uma total falta de compreensão por parte da Comissão sobre a natureza, significado, sacralidade e a importância deste Sacramento para o nosso povo; ao mesmo tempo, ignora as rígidas leis da Igreja em relação à prevenção de abuso ".

A acusação: os padres pressionariam as mulheres para revelarem segredos

A Comissão é uma agência do governo central, encarregada de formular políticas e planos de ação em favor das mulheres na Índia. Em 26 de julho, divulgou um comunicado em que pede a proibição das Confissões, porque "essa prática poderia levar à chantagem das mulheres".

O organismo, presidido por Rekha Sharma, afirma que os sacerdotes "pressionariam as mulheres para revelarem seus segredos".

O pedido é motivado por alguns recentes episódios de assédio ocorridos em Igrejas de Punjab e Kerala: o primeiro envolve Dom Franco Mulakkal, bispo de Jalandhar (Punjab), acusado de estuprar uma freira em Kerala entre 2014 e 2016.

O segundo caso diz respeito a quatro sacerdotes da Igreja síroo-Malankarense em Kerala, que teriam molestado e chantageado uma paroquiana.

No primeiro caso, há suspeitas de que a freira tenha agido motivada por vingança pessoal. No segundo caso, a investigação está em andamento e dois padres estão livres sob fiança.

Cardeal Gracias: pedido absurdo que viola a liberdade religiosa

De acordo com o cardeal Gracias, "tal proibição seria uma violação direta de nossa liberdade religiosa, garantida pela Constituição indiana. Milhões de pessoas em todo o mundo ao longo dos séculos têm testemunhado os benefícios espirituais deste Sacramento e da graça, perdão e paz que eles experimentam como resultado recebido deste Sacramento".

"Estou confiante - acrescenta - do fato de o governo irá  ignorar completamente este absurdo pedido da Comissão".

A Igreja deseja promover ainda mais a emancipação das mulheres

O cardeal acredita que há "muitas outras questões relativas ao mundo feminino que a Comissão deveria prestar atenção, ao invés de lidar com questões religiosas de que não tem o menor conhecimento: a emancipação das mulheres, a formação de suas capacidades, a prevenção de violência doméstica, organizar um sistema de recuperação e assim por diante".

Ao mesmo tempo – concluiu - "a Igreja deseja promover ainda mais o desenvolvimento das mulheres na sociedade e está pronta para colaborar com a Comissão nacional das mulheres sobre isso, assim como faz com outras agências." (Asianews)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-07/india-abolicao-sacramento-confissao.html




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