Sinais do Reino


Notícias da Igreja
  • Voltar






01/12/2016
Audiência com Dom Manuel Parrado Carral, bispo de São Miguel Paulista – trágico retrato da letargia (ou cumplicidade?) episcopal.

Audiência com Dom Manuel Parrado Carral, bispo de São Miguel Paulista – trágico retrato da letargia (ou cumplicidade?) episcopal.

Este é um relato de minha autoria, Daniel Guerreiro Cavalcante da Silva, a respeito da audiência com o bispo da Diocese de São Miguel Paulista, Dom Manuel Parrado Carral, para tratar dos posicionamentos, pronunciamentos e atitudes escandalosas que envolvem, principalmente, o padre Paulo Sérgio Bezerra, da paróquia de Nossa Senhora do Carmo. Faço uma breve narrativa de minhas impressões do encontro e, em caso de possíveis “escândalos” ou “radicalismos” que aqueles espíritos imbuídos de bom mocismo e do politicamente correto possam encontrar, esclarecer-se diretamente com a minha pessoa, sem envolver nenhum destes citados. Como o bispo não permitira o registro em áudio, nem em vídeo, narrarei os fatos através da memória e de aproximações em determinadas ocasiões, acima de tudo, buscando a maior fidelidade possível. Peço a Deus, a Nossa Senhora e a todos os Santos, para que nenhuma injustiça ou distorção se cometa neste relato.

https://fratresinunum.files.wordpress.com/2016/11/carrado.jpg?w=768&h=397

Por Daniel Gerreiro Cavalcante da Silva - Especial para FratresInUnum.com

Pela primeira vez, no dia dezessete do mês de novembro do ano de dois mil e dezesseis do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo (17/11/2016), foi realizado um encontro com o bispo Dom Manuel da Diocese de São Miguel Paulista, para tratar das inúmeras denúncias, divulgadas, principalmente, através das mídias sociais, blogs e grupos católicos, sobre o caso dos sacerdotes-militantes de movimentos LGBT, causas socialistas-marxistas, envolvendo o padre Paulo Sérgio Bezerra e inúmeros outros militantes da esquerda. Inicialmente prevista para ocorrer às 15:00, a audiência iniciara por volta das 15:30, graças a alguns imprevistos no transporte público da cidade de São Paulo.

Compareceram o Prof. Hermes Rodrigues Nery, Coordenador do Movimento Legislação e Vida, Adriano Neiva, o próprio bispo e eu. Após uma breve apresentação a respeito de quem éramos e qual era nosso objetivo ali – ou seja, representar os inúmeros católicos perplexos com os abusos e heresias propagadas naquela Diocese e, através de uma petição, pedir o afastamento dos sacerdotes envolvidos -, Dom Manuel deixou claro que em hipótese alguma, substituiria ou afastaria o padre Paulo Sérgio Bezerra daquela paróquia ou que, publicaria um posicionamento ou nota de repúdio ao que acontecera. Segundo o bispo, o padre fora advertido e uma ocorrência fora enviada à Nunciatura. Nada mais.

Logo no início desta audiência, nosso colega Adriano Neiva fez a seguinte declaração, ao descrever o que vem acontecendo, não só nesta referida Diocese, mas em inúmeras outras: “Estamos aqui, para representar, todos os católicos que estão indignados com a corrupção – ou distorção, se não me falha a memória – da Sagrada Liturgia”. Mal havia terminado a frase, Dom Manuel respondera, em tom de reprovação: “Vamos tomar cuidado com esses termos!”. Ora, pergunto-me o que seria isto então, se não, realmente, uma corrupção e distorção da Liturgia? Padres que modificam folhetos da Santa Missa exaltando o homossexualismo, recriando orações, na justificava de combater as ofensivas “homofóbicas” dos congressistas conservadores e da sociedade “velhaca”. Leigos abençoando um Sacerdote. Rituais umbandistas dentro de igrejas. Abortistas, socialistas e Drag Queens subindo ao púlpito para tratar de questões condenadas pela própria Igreja [1]. O que seria isto então, Dom Manuel? O cumprimento exato da Liturgia?  

Durante dez minutos, Dom Manuel narrou a situação de sua Diocese, como quem pede por compreensão, contextualizando a situação, abordando a história de sua fundação, sendo uma Diocese fragmentada, em 1989, da atual Arquidiocese de São Paulo, em uma das regiões mais caóticas, pobres e “explosivas” da década de 1980-1990 na metrópole. Para Dom Manuel Carral, a Diocese de São Miguel Paulista é carente de uma identidade que, se encontra ainda em processo de formação. Além disso, ressaltou a longa atuação dos antigos seminaristas e sacerdotes, adeptos da Teologia da Libertação, “defensores das minorias” e de causas sociais que atuam na região há muito tempo. O Padre Paulo Sérgio Bezerra, por exemplo, é sacerdote há trinta e  cinco anos, tendo atuado trinta e quatro anos na mesma Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, segundo o que consta em suas declarações dadas à uma reportagem do Terra Notícias [2], ou seja, atua nesta referida paróquia desde 1982.

A impressão que tive ao longo desta audiência foi a de certa isenção e, talvez, de justificação, se assim podemos dizer. Dom Manuel Carral disse ter trabalhado muitos anos com Dom Cláudio Hummes, a quem ele muito admira. Apesar de concordar que se tratava de um “absurdo”, referindo-se ao caso do Drag Queen realizar a homilia e levantar o Cálice com o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo durante a consagração, chamando a atitude do Padre Paulo Sérgio Bezerra de “extrema” ou “radical”, Dom Manuel não pareceu constranger-se com o fato de Marilena Chauí ter recebido uma homenagem dos jovens em plena Santa Missa, comungado com as próprias mãos e por ser, assumidamente, militante socialista, abortista e defensora de ideologias anticristãs ou, por acaso, esta última não dissera que, os defensores da família não passam de “bestas”? [3] Pelo contrário, Dom Manuel procurou logo encerrar este questionamento através de uma simples resposta: “Não há problema algum com a presença de Marilena Chauí, ademais, ela é católica praticante e frequenta a Missa dominical em seu bairro, o Jardins”. Pergunto-me de onde viera esta informação. Seria da própria Marilena Chauí ao tentar convencer o bispo de sua “catolicidade” e de sua recentíssima conversão, anunciada somente ao Reverendíssimo bispo? Ou seria através de uma informação fornecida pelo próprio Padre Paulo Sérgio Bezerra que, segundo afirmações em um vídeo documentado do YouTube, fora convocado a dar explicações sobre a presença de determinados líderes de esquerda, como Guilherme Boulos do MTST, Chico Alencar do PSOL e a própria Chauí? [4]

Apesar de ter permanecido em silêncio durante quase toda a audiência, enquanto o Prof. Hermes Rodrigues Nery, Adriano Neiva e o bispo abordavam estas questões, cheguei a uma conclusão: não é verdade quando Dom Manuel afirma a respeito da “falta de identidade desta Diocese”, mesmo sendo relativamente nova se comparada a outras. Pelo contrário, este mesmo afirmara que, talvez, São Miguel Paulista fosse uma das dioceses mais difíceis de se trabalhar em todo o país. Ora, não seria isto uma identidade? Ademais, em que consiste esta dificuldade? Na profunda ideologização dos sacerdotes que deveriam ser os pastores da Igreja, mas que tratam da Missa e das paróquias como um palco e instrumento de propaganda socialista, frankfurtiana, gramsciana e de outras inúmeras doutrinas anárquicas e anticristãs? A má formação dos católicos que, induzidos ao erro e ao persistirem no pecado, apenas aprofundam e propagam este, como se não tratasse de um pecado? Ou seria a própria pobreza da região em si? Por fim, creio que, nenhum destes questionamentos – ou afirmações, se preferirem -, se sustentam. Em primeiro lugar, parece que há sim uma identidade na Diocese, pois, muitos têm o conhecimento de que se trata de um dos maiores redutos da Teologia da Libertação, se não do Brasil, pelo menos em São Paulo. Não seria isto uma identidade, criada pelos sacerdotes da Diocese e propagada ao longo de todos esses anos?

Bastam alguns minutos de reflexão para desmantelar estas hipóteses. Partiremos por partes:

1) Se o problema consiste nas ideologias anticristãs, condenadas pela Igreja, como o comunismo, o feminismo, o gayzismo, o abortismo e o relativismo, não bastaria um pronunciamento e censura do bispo para que os problemas cessassem? Por ora, Dom Manuel não parece disposto a agir desta forma. Após questionarmos os posicionamentos do padre Paulo Sérgio Bezerra, o bispo dissera que, apesar da “radicalização nestes últimos anos, o padre tem seus méritos”. Após recitar seu “belíssimo” currículo, como se suas boas ações justificassem as doutrinas anticristãs que este vem propagado, o padre Bezerra, segundo o bispo, teria sido responsável pelo auxílio e assistência das comunidades carentes em Itaquera, pela compra de um terreno para os mais necessitados, além dos mais de trinta anos de atuação na região, fato que resultou em uma espécie de enraizamento paroquial. Tirá-lo de lá, nas palavras de Dom Carral, não resolveria em nada o problema, pois, além de possíveis descontentamentos, dos paroquianos e da comunidade, da carência de outros sacerdotes para a reposição, a situação persistiria para onde quer que o padre Bezerra fosse transferido.

Sendo assim, podemos concluir o seguinte: Dom Manuel não pode controlar um padre dentro de sua própria Diocese. Seria como se o bispo estivesse refém do pároco de Nossa Senhora do Carmo, uma vez que este último, não teme ser punido pelo Sumo Pontífice, quanto mais por seu bispo responsável. Duvidam disto? Basta reler o que o próprio padre Bezerra dissera em uma entrevista publicada no Estadão, no Globo e na Folha: “São poucos os padres com coragem de tocar nesses assuntos. Sempre fui assim, mas, com esse papa, sinto mais tranquilidade de que não serei punido.” [5]

Leram bem? O padre Paulo Sérgio Bezerra disse com todas as palavras que, “SEMPRE FOI ASSIM”, contrariando o que Dom Manuel dissera sobre sua “radicalização nestes últimos anos” e que, sente tranquilidade de que NÃO SERÁ PUNIDO. Mais uma vez afirmo, se este sacerdote não teme ser punido pelo Papa, por que temeria ser punido por seu bispo que, nem ao menos o repreende publicamente, uma vez que estas “radicalizações recentes” têm ocorrido desde 2008. Sim, foram inúmeras as denúncias divulgadas por blogs e páginas católicas, destacando-se o Fratres in Unum.

2) Jamais questionamos as ações caridosas do padre Paulo Sérgio Bezerra, mas, enumerar seus méritos, não justifica a destruição e deturpação da Fé Católica que este tem causado. Se a evasão de católicos é crescente, principalmente na Zona Leste de São Paulo e se os que permanecem são mal formados, de quem seria a culpa, então? Das igrejas protestantes pentecostais? Ou dos próprios padres que, descumprem seus papéis de pastores da Igreja e que já não mais falam dos Milagres, da Vida dos Santos e alteram o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, acrescentando um teor marxista, materialista, repleto de referências à “justiça social”? O Padre Paulo Sérgio Bezerra jamais abrirá mão de seus posicionamentos, ele não teme nada.

3) Creio que a suposta “pobreza” da região não justifique a propagação da Teologia da Libertação nesta Diocese. Se fosse assim, as regiões mais pobres do Brasil e do mundo, seriam as mais infectadas. Partindo deste princípio, o Vale do Ribeira, região mais pobre do Estado de São Paulo, seria o exportador de “padres” marxistas e, o Maranhão, considerado o mais pobre dos estados da federação, já estaria em condições cismáticas. Não tenho medo de afirmar que a culpa é dos próprios padres e bispos que permitiram a propagação desta ideologia anticristã pelo Brasil afora. Segundo Dom Manuel, são cinco o número de padres que comungam dos mesmos ideais do padre Bezerra em sua Diocese, porém, Eduardo Brasileiro, um dos militantes da causa gayzista de São Miguel Paulista, afirmou que, já são em número de QUINZE, as paróquias da Diocese que partilham destes ideais. [6]

Além disso, o bispo Dom Manuel afirmou que vivíamos em uma “época de extremos”. De um lado, tínhamos estas posturas “demasiado ideológicas” e de outro, posturas “ultraconservadoras”, como se ambas fossem equiparáveis. E querem saber que o bispo chamava de “ultraconservadorismo”? O uso de véus nas igrejas e aqueles que utilizavam correntes e cadeias em seus braços, como escravos de Nossa Senhora. Pois é, escrever um manifesto “apologético-teológico” em defesa do homossexualismo, como aquele que o padre Bezerra escrevera, intitulado “catolicismo e homoafetividade” [7],  é equivalente ao uso de véus durante a Santa Missa. Defender o socialismo, o homossexualismo e sexo livre é mesma coisa que considerar-se escravo de Nossa Senhora. “Ultraconservadores” e os “defensores de minorias” são ambos extremistas para Dom Manuel. 

O Prof. Hermes Nery requereu de Dom Manuel Carral um posicionamento, o afastamento do padre, uma nota, uma atitude firme em relação a isto. O bispo respondera dizendo que as coisas estão muito difíceis na atualidade, que espera logo se aposentar e dissera que muitos padres não querem nem mesmo tornarem-se bispos diante desta realidade. O Prof. Hermes Nery respondeu dizendo que sempre a Igreja Católica, ao longo da história, foi firme no combate às heresias e na defesa da Sã Doutrina, vicejou com grande força e esplendor. Ao que Dom Carral disse: “A Igreja não tem mais força no mundo”. O Prof. Hermes Nery respondera, com ênfase: “Mas Cristo tem força, sim. Ele venceu o mundo”. O bispo então repetiu, afirmando: “Sim, é verdade. Cristo tem força.”

Ao final da audiência, após afirmar inúmeras vezes que as redes sociais estavam tornando a vida das pessoas “um inferno”, Dom Manuel disse-nos que se reproduzíssemos a carta que lhe encaminhamos, na Internet, estaríamos “colocando lenha na fogueira” e “difamando a Igreja”. O bispo afirmou inúmeras vezes que não temia ser punido pelo Santo Padre, pois dedicara toda a sua vida fielmente a Igreja e que estava de “consciência limpa”. Apesar de afirmar que não temia as redes sociais e a Internet, estou longe de crer nisto. Pelo contrário, acho que, publicar a carta e este relato é um dever de todos aqueles que amam a Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

O que o Reverendíssimo bispo Dom Manuel Parrado Carral fará para pôr fim a estas heresias? Permanecerá em silêncio, justificará e exaltará as ações caridosas dos sacerdotes do marxismo? Ou condenará publicamente estes abusos e distorções da Verdadeira Fé?

Que Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora tenham misericórdia de nós.

FONTES:

[1] – http://oglobo.globo.com/sociedade/religiao/folheto-de-igreja-catolica-pede-enfrentamento-ofensiva-homofobica-16540048

[2] – https://noticias.terra.com.br/brasil/padre-de-itaquera-ataca-ofensiva-homofobica-e-uma-velhacaria,7c4ca9c116c02a979d05ff8f05105ea3nsk0RCRD.html

[3] – http://jovempan.uol.com.br/programas/radioatividade/marilena-chaui-afirma-que-quem-defende-familia-e-uma-besta.html

[4] – https://www.youtube.com/watch?v=aGyA4fWtfHU

[5] – http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,igreja-tem-prece-contra-ofensiva-homofobica-,1712942

[6] – https://www.youtube.com/watch?v=R6YoMBg22jA&t=37s

[7] – https://teologialibertacao.wordpress.com/2015/04/13/catolicismo-e-homoafetividade-ensaio-de-aspiracoes-intuitivas-parte-i/

https://teologialibertacao.wordpress.com/2015/04/16/catolicismo-e-homoafetividade-parte-ii/

Fonte>https://fratresinunum.com/2016/11/30/audiencia-com-dom-manuel-parrado-carral-bispo-de-sao-miguel-paulista-tragico-retrato-da-letargia-ou-cumplicidade-episcopal/




Artigo Visto: 1589

 




Total Visitas Únicas: 6.309.484
Visitas Únicas Hoje: 252
Usuários Online: 119