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20/05/2016
VI MARCHA PELA VIDA EM ROMA

VI MARCHA PELA VIDA EM ROMA

Milhares de pessoas, muitas freiras, alguns sacerdotes. Mas só alguns. Os bispos primaram pela ausência. As únicas exceções…. Cardeal Raymond Leo Burke, Mons. Luigi Negri, Arcebispo de Ferrara e a de Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar no Cazaquistão.

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“Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os seus santos anjos”. (Mc 8,38)

Pe. Custodio Ballester — Adelante la Fe | Tradução Sensus fidei:

Domingo 08 de maio teve lugar na Cidade Eterna a sexta edição da Marcha pela Vida. Os organizadores, através de uma magnífica página web http://www.marciaperlavita.it/, passam a maior parte do ano na promoção de eventos que se realizam em tempo hábil. Já participei por vários anos. Anos atrás, antes de iniciar a marcha do Coliseu, participávamos de uma longa série de testemunhos e discursos de muitos líderes pró-vida da Europa e da América. Em vários idiomas, certamente, mas quase todos os oradores comunicavam a profunda convicção daqueles que não só falam, mas que também se colocam na linha de frente para defender a vida do nascituro. Em seguida, caminhava-se calmamente até o Castelo de Sant Angelo. É uma marcha muito bem organizada, que consegue convocar milhares de manifestantes. Provavelmente mais do que uma dezena, ainda que o otimismo e a vontade propagandística (que é também um apostolado) o elevem a várias dezenas de milhares.

Na manifestação há cantos, festa, bandeiras, a oportunidade de conhecer muitos ativistas pró-vida. O ritmo da marcha o permitia. Milhares de pessoas, muitas freiras, alguns sacerdotes. Mas só alguns. Os bispos primaram pela ausência. A única exceção…. Cardeal Raymond Leo Burke, deposto posteriormente do cargo de Prefeito da Signatura Apostólica e agora relegado como patrono da Ordem de Malta pela misericórdia pontifícia.

A VI Marcha pela Vida de Roma contou este ano não só com a presença do valente Cardeal Burke, mas também com Mons. Luigi Negri, Arcebispo de Ferrara e a de Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar no Cazaquistão. Ambos, Negri como Schneider, estigmatizados pela atual intelligentsia do Vaticano em razão de suas atitudes politicamente incorretas frente aos abusos teológicos doutrinais oficiosos e “oficiais”.

Alguns anos atrás, ocorreu à Sra. Virginia Coda Nunciante, a porta-voz da marcha, que o melhor resultado para a demonstração seria… a Praça de São Pedro do Vaticano! Se se demorava com os discursos pró-vida no início da marcha, não se alcançava a tempo o Angelus dominical do Santo Padre e para essas saudações personalizadas emotivas no final da reflexão papal.

Desde então, a Marcha pela Vida de Roma tornou-se um trote desordenado de vários quilômetros para então se chegar sem fôlego à Praça de São Pedro, onde este ano (como em todos os outros), milhares de manifestantes para a marcha receberam uma saudação algo mais ou menos nestes termos, em brevidade e concisão. Aí vai a deste ano:

Saúdo todos vós, fiéis de Roma e os peregrinos da Itália e de vários países. Em particular os fiéis poloneses de Varsóvia, Lowicz e Ostroda; a Filarmônica de Viena; o grupo irlandês ‘Amigos de Monsenhor O’Flaherty’; os estudantes universitários Corderius (Holanda); e a Katholische Akademische Verbindung ‘Capitolina”. Saúdo os participantes da Marcha pela Vida, os amigos da Obra Don Folci e do pré-seminário São Pio X, os Escoteiros da Europa de Roma Oeste e Roma do Sul, e os numerosos confirmados da diocese de Gênova. São barulhentos os genoveses! Embora a coisa se medisse a peso ou por volume, manifestantes pró-vida são sempre muitos milhares, em comparação com os demais assistentes do Angelus, que são em última análise, da ordem de centenas. Mas depois há a hierarquia da importância de cada tema. Eles não são comparáveis.

Não sei o que aconteceu este ano, mas no ano em que eu estive… Quando terminou o Angelus com a bênção papal, depois de ouvir a minguada mensagem de saudação (4 palavras que de 10 você adiciona artigos e preposições), os manifestantes decepcionados da Marcha deixaram a praça em silêncio, como fãs derrotados em um nefasto jogo de futebol. Tanta correria, para quê? Para uma brevíssima menção que visa salvar a aparência, cumprir o expediente e assim demonstrar que têm olhos na cara? Milhares de pessoas na praça com o colorido típico da ocasião e um brevíssimo reconhecimento. Pura formalidade…

Sempre me custou entender o quanto as pessoas piedosas e bem-intencionadas buscam com ânsia o tapinha nas costas do Sr. Bispo e mesmo o do Santo Padre, por magro e franzino que seja. Parece que não é o suficiente a convicção de que estás fazendo o que deves fazer — na defesa da vida e em outros campos — como servos inúteis que somos (cf. Lc 17,10). Precisamos sempre do apoio de nossa consciência, nem do próprio Espírito Santo, mas de alguma alma mitrada.

Como aquelas resgatadoras que a cada semana se posicionam nas portas das clínicas de aborto com um folheto na mão para interceptar e oferecer ajuda às mulheres que entram decididas a abortar. Ocorreu aos pobres visitar o seu bispo e lhe explicar o seu trabalho, para ver se ele poderia dar uma mão com os párocos. Tudo parecia muito bem até que lhe pediram para fazer-lhes uma carta de apresentação de seu movimento de modo que os sacerdotes das dioceses os reconhecessem, para envolver os fiéis ao menos com a oração. Carta de apresentação? Com a assinatura do bispo? Até aí poderia chegar o compromisso do prelado! Vejam — disse-lhes — é melhor que, quando forem visitar um pároco me enviem um e-mail e eu falo com ele por telefone sobre vocês.

Que fineza! Que diplomacia! Que estilo de nadar e não molhar a roupa! O próprio Maquiavel se orgulharia de tão superdotados e eclesiásticos alunos. Uma carta com a assinatura do bispo apoiando uma iniciativa pró-vida tão audaz e direta poderia comprometê-lo muito e lhe criar uma má imagem… Há muitos interesses e equilíbrios políticos em jogo. E uma carta assinada pode chegar em qualquer lugar! É muito melhor o outro meio: um e-mail, uma chamadinha pelo telefone… Eu permaneço como um rei e aqui paz e depois glória. No final do dia, os 300 não nascidos, que são assassinados todos os dias na Espanha, com o crime do aborto não se queixarão nunca.

E as senhoras pró-vida se foram, resignadas, as persistentes socorristas nas portas dos abortórios, convencidas de que tinham um problema de percepção e não conseguiram captar em toda a sua força o fervoroso compromisso episcopal em defesa da vida. Felizmente, não lhes ocorreu em nenhum momento pensar que estariam cometendo um erro por se entregarem com tanto empenho à causa da vida, vendo que para os seus pastores esta causa tem tão pouco peso em seu organograma teológico e pastoral.

Nunca como agora foi tão claro que a verdade já não nos guia em nossas iniciativas, mas a pressão da opinião pública: Tolerância zero para com o abuso de menores depois de anos e anos ordenando homossexuais como sacerdotes e vista grossa e misericórdia infinita para os abortos… até mesmo em hospitais católicos!

E é que — disse-me um prelado conhecido — o aborto é errado, mas o que você vai fazer? Sempre houve e sempre haverá abortos… Quando lhe respondi que era um escândalo que também esteja sendo feito em hospitais com responsabilidade eclesial e que nós nisto estávamos em conivência com o mal, ele me alfinetou: Estamos em conivência com o mal em todos os lugares. Você quer que renunciemos a nossa presença institucional e voltemos para a selva? Sim, sim. É verdade, Sr. Bispo, é verdade. “Fora” faz sempre muito frio, mas “fora”, na selva, como você diz, você está livre… com a liberdade de Cristo!

Publicado originalmente: Adelante la Fe — VI marcha por la vida en Roma

Fonte:http://www.sensusfidei.com.br/2016/05/20/vi-marcha-pela-vida-em-roma/




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