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12/05/2018
Padres do fim dos tempos

Padres do fim dos tempos

25/09/2017 às 09:22

O que há de moralmente errado em ser homossexual?

http://www.ihu.unisinos.br/images/ihu/2016/12/09_12_lgbt_padre_danny_hammontree_flickr.jpg

por Gilmar Zampieri

Não é prudente emocionalizar a conversa sobre a cura gay, defendida por conservadores religiosos e criticada por libertários que sustentam, estes, a impossibilidade de cura, já que só há cura onde há doença curável. E esse não seria o caso.

Um pouco de luz da razão pode amainar os ânimos. Parece-me que a questão é de pressupostos não compartilhados e, nesse caso, já que é impossível um assumir o paradigma do outro, como defende Thomas Kuhn, então, tudo o que podemos almejar é a tolerância entre as duas comunidades: conservadores e libertários.

O grupo conservador parte do pressuposto de fé e de crença e o grupo libertário, ou progressista, como queiram, parte do pressuposto da ciência. Ambos os pressupostos são respeitáveis. Mas, podem ser duas pontes paralelas ao infinito, se um não escutar e tentar compreender o que o outro tem a dizer. Escutar e compreender não significa aceitar o argumento do outro, mas pode significar, no mínimo, convivência civilizada com o outro, sem diminui-lo ou demonizá-lo. Penso que seja o máximo que se possa alcançar nesse campo de batalha.

Mas, se mudarmos a conversa e passarmos da fé e da ciência para a filosofia moral, ou à ética, então, quem sabe, poderemos almejar algum progresso e acordo no que é essencial.

A ética levanta a seguinte questão: o que há de errado em ser homossexual? E se não há nada de errado, porque então insistir em querer que os que são, mudem e deixem de ser?

Do ponto de vista moral, errado é sinônimo de mau e certo é sinônimo de bom. Se uma criança me ler, eu diria para ela: errado é o que é feio, ponto. Voltando e subindo um degrau. Bom e mau, moralmente falando, são absolutos relativos à circunstâncias e a contextos. Não há absolutos puros e nem há relativismos puros, moralmente falando. E onde há, pode crer que paradoxos acontecerão. Essa é uma conversa para especialistas e como tal, chata. Conversa chata já há demais, não pretendo endossar a fileira...

O que não seria chato na pergunta: a homossexualidade carrega em si algum mal? Ou, para me repetir: o que há de moralmente errado em ser homossexual? Vou direto ao ponto e faço o meu juízo: nada.

Por que não há nada de errado? Estamos, agora, no âmbito da razão. Do juízo, nada, para a razão do juízo, isto é, por que não há nada? Para isso, é preciso encontrar algum critério. E o meu critério é Kantiano.

Kant apresenta um critério moral que diz: “age de tal forma que a máxima de tua ação possa ser universalizável”. Isto é, age de tal forma que todos igualmente possam desejar e fazer o mesmo, sem prejuízo a ninguém. Segundo esse princípio alguém poderia objetar e dizer que a homossexualidade não pode ser universalizável pois, se todos fossem, haveria um problema de reprodução da espécie. Se você pensa assim, caro/a leitor/a saiba que esse argumento, hoje, está amplamente refutado. A ciência genética resolveu esse problema, o que deve deixar um conservador um pouco desconfortável.

Mas há um outro argumento de Kant que me parece ainda mais irrefutável, no sentido de que não há nada de errado na homossexualidade. O segundo argumento de Kant diz: “Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca, simplesmente como meio”.

Pergunto: se os parceiros estão de acordo e um não obriga, ameaça, causa dano e não usa o outro somente como meio, mas como fim em si mesmo, onde está o erro? Se a decisão é livre e consentida, onde o mal? Se o amor liberta e não escraviza, onde o mal? Na forma do amor? No princípio do amor cristão que diz: ame o próximo como a ti mesmo, por acaso, há alguma menção de restrição nas formas de amor?

E tem mais. Se duas pessoas que se amam não causam mal uma a outra, por que cargas d’ água causaria mal a mim que estou de fora da relação? Se eu gosto de chocolate 85% cacau, vou me incomodar e exigir que quem gosta de chocolate ao leite deixe de gostar? A comparação não é fora de propósito. Não há nada de imoral na homossexualidade. A questão é de gosto e de estética. E não é de escolha, pois eu não escolho gostar de chocolate de cacau 85%, a natureza me impõe, e eu adoro...!

Santo Agostinho dizia: ama e faz o que quiseres. Eu suponho que agostinho quis dizer que quem ama só faz uma coisa: o bem. O amor é a cura!

O autor

http://www.neipies.com/wp-content/uploads/2016/05/zampieri-150x150.jpg

Frei capuchinho, Gilmar Zampieri é graduado em Filosofia (UCpel-Pelotas) e Teologia (ESTEF- POA), com mestrado nas duas áreas (PUC-POA). É professor de Ética e Direitos Humanos (Unilasalle Canoas) e de Teologia Fundamental (ESTEF –POA).

Fonte:http://www.correioriograndense.com.br/opiniao/gilmar-zampieri/o-que-ha-de-moralmente-errado-em-ser-homossexual

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Meu Pároco é gay: o que faço?

09/05/2018 às 08:24

por Vanildo Luis Zugno

Nada. Não faça nada! Se você fizer qualquer coisa, é muito provável que faça bobagem. Ou que o que você venha a fazer seja considerado por outras pessoas como uma grande bobagem. O risco é grande. Então o melhor é não fazer nada!

E há várias razões para não fazer nada. A primeira e fundamental, é que ser gay é normal. Já passou o tempo em que se considerava que homossexualidade era doença. A medicina, a psicologia e os estudos antropológicos coincidem em afirmar que a homossexualidade é uma das formas de o ser humano viver a sua identidade de gênero e a sua vida sexual. Em todos os tempos e lugares, sempre houve uma parcela da população – masculina e feminina – que viveu e expressou sua condição homossexual. O modo como as diferentes culturas aceitaram esse grupo social é que variou e varia nos tempos e lugares. Enquanto em algumas culturas a homoafetividade e a homossexualidade eram reprimidas e consideradas uma maldição, em outras, foram vistas como uma bênção dos deuses para a comunidade. Hoje, em pleno século XXI, só os fundamentalistas religiosos e as tendências políticas conservadoras e autoritárias ainda consideram a homossexualidade um pecado, doença ou ameaça para a sociedade. Então, se seu pároco é gay e você se considera uma pessoa normal, civilizada, culta, vacinado e imunizado contra os totalitarismos religiosos e políticos, fique calmo! Ele é uma pessoa normal e não há necessidade de você se preocupar com a sexualidade do padre.

Em segundo lugar, uma boa razão para você não fazer nada, é que o bispo já sabe que o padre é gay. Não precisa contar prá ele e nem pros outros padres. Se você se deu conta que o padre é gay, é praticamente certo que os colegas dele, os outros padres, assim como o bispo dele, também saibam que ele o é. E mais: é quase certo – eu diria, quase impossível que não! – que o bispo sabia, antes mesmo de ordená-lo, que ele era gay. Afinal, para ser padre é preciso passar por pelo menos oito anos de formação nos seminários. E, em oito anos, é impossível não conhecer uma pessoa e saber que ela é gay. Só não vê quem não quer... Se os formadores e o bispo não quiseram ver, aí o problema já não é o padre e sua homossexualidade. O problema é a incapacidade ou falta de vontade de considerar a afetividade e a sexualidade como fator importante na formação de um padre. E se eles sabiam e mesmo assim o ordenaram, é porque acreditavam na possibilidade e capacidade de uma pessoa gay ser padre e pároco. Aí o problema é você e sua intolerância a um fato aceito pela hierarquia da Igreja.

Mas você poderá dizer: “o problema é que o padre tem um namorado”! Fique tranqüilo: padres heteroafetivos e heterossexuais também têm namoradas. E alguns até tem filhos e filhas. E a maioria – se não todos – os padres e bispos sabem disso e tentam administrar estas situações. Alguns o fazem com mais e outros o fazem com menos habilidade dando lugar a escândalos que são exacerbados pela mídia em busca de audiência. Outros, a maioria, passam imperceptíveis e a vida nas paróquiais continua normal como se nada tivesse acontecido. No máximo, no final do ano, o padre é transferido para outra paróquia. Então, se é possível administrar as namoradas dos padres héteros, por que não administrar os namorados dos padres homos?

E, convenhamos, se nos despirmos de preconceitos e olharmos friamente, há muitos padres que convivem informalmente com uma mulher ou com um homem que são muito melhores párocos e pastores do que aqueles que seguem rigidamente as normas do celibato. E os paroquianos,  também se pode constatar empiricamente, aceitam com muita tranqüilidade um padre em sua situação canonicamente irregular quanto ao celibato, desde que ele seja alguém que atende com carinho, préstimo e atenção os fieis que lhe foram confiados. Como ouvi recentemente numa Paróquia em que fui convidado para uma palestra: “Todo mundo sabe que o padre vive com a... Mas ele é um bom padre. Ele atende todas as pessoas com muito carinho e está sempre disponível para a comunidade. Prá nós está bem assim. A gente gosta dele e ninguém se importa de ele viver com a mulher dele.”

Voltando ao caso do pároco gay, eu diria que, se você considera que a homossexualidade não é doença e você está ciente de que o bispo sabe que seu pároco é homossexual, você não tem nenhuma razão em se preocupar com isso e se perguntar o que fazer. Retifico. Se esse for o caso, acho, sim, que você deve ter uma preocupação. Mas é bem outra... Sinceramente, acho que você deve perguntar-se por que o fato de o padre ser homossexual o incomoda tanto. Será que é o jeito dele viver a sexualidade diferentemente daquilo que é considerado padrão pela sociedade que incomoda você? É a diferença dele que lhe perturba? Ou talvez você se perturbe por existir a hipótese de que você gostaria de ser como ele e não tem coragem?

Em qualquer uma destas hipóteses, o problema já não é o padre que é gay. O problema e outro: é a dificuldade que temos, nos ambientes cristãos e católicos, em falar sobre afetividade e sexualidade. E não só dos padres, mas de toda a comunidade cristão. E isso, sim, é um problema grave pois a salvação não passa só pela alma. Ela também perpassa nosso corpo, nossos sentimentos e nossas relações.

O autor

https://freivanildo.files.wordpress.com/2014/03/foto.jpg

Frei capuchinho. Graduado em Filosofia (UCPEL – Pelotas) e Teologia (ESTEF – Porto Alegre), mestre em Teologia (Université Catholique de Lyon – França), é professor de Teologia na ESTEF e no UNILASALLE (Canoas) e doutorando em Teologia na EST (São Leopoldo).

Fonte:http://www.correioriograndense.com.br/opiniao/vanildo-luis-zugno/meu-paroco-e-gay-o-que-faco

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O que nos diz a Sagrada Escritura:

Romanos 1.18:32

Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.

Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se.

Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis.

Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si.

Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém.

Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza.

Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão.

Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam.

Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis.

Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam.




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