REFLEXÃO SOBRE A LIMPEZA DA MEMÓRIA

FEVEREIRO DE 2017

1 Tessalonicenses 5:23. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

Irmãos: somos chamados a canalizar todo o nosso corpo físico e espiritual para a Comunhão com a Santíssima Trindade. O nosso corpo espiritual não só está integrado formado pelo espírito e pela alma, mas dentro desse corpo espiritual reside a nossa mente, pensamento, emoções, sentimentos, memória, impulsos, personalidade, etc.

Temos facilmente tendência para admirar o exterior, pois é o que está ao alcance da nossa vista, mas o chamamento de Cristo para limpar a memória é PROCURAR-NOS A NÓS PRÓPRIOS. Dentro de nós reside uma infinita grandeza; essa grandeza é a verdade de nós próprios e nessa verdade encontramos Deus na nossa alma.

A nossa memória notifica a nossa alma sobre como nós agimos e atuamos, a nossa memória é tão importante que é uma das potências da alma; mantemo-la quase fechada, negligenciada, ofuscada, para ser utilizada o menos possível. Mas, sem que o homem se aperceba, a memória está sempre a agir e atuar continuamente, em movimento, pois, quando queremos lembrar, são as imagens encontradas na memória que fazem fluir as memórias e quanto desejamos.

A criatura humana tem inteligência mas, neste momento, o homem está amarrado em termos de entendimento. Sabendo que o entendimento é a capacidade de cada criatura para analisar, escrutinar e conseguir debater e defender o que compreendeu, no entanto, quando o homem possui pouca compreensão, a inteligência fica atrofiada, fica limitada até que o homem não chega a viver uma vida interior, conhece o mundo e fica saturado dos conflitos no mundo mas, por dentro, assemelha-lhe ao mais inferior, uma vez que se incapacita até para olhar para a sua própria brutalidade, porque se proíbe até de sentir a verdade de si mesmo.

Cristo diz-me que o homem não sabe o que significa perder os poderes da alma, uma vez que essa perda envolve a perda da imortalidade, entendemos que os poderes da alma sempre estarão, mas o homem ao contaminá-los incapacita-os para que ajam para o bem... Por isso, pede-nos para limpar a memória para que a nossa alma se limpe de quanto a memória armazenou e a suja.

Disse-nos que nos temos de conhecer por dentro. Ninguém quer olhar para si como é intimamente, mas temos de fazê-lo como primeiro passo para limpar a memória. A memória encontra-se intimamente na alma e, por isso, temos de olhar para nós próprios tal como somos, mas não pensando apenas em nós como indivíduos, mas com a perspectiva de que formamos uma comunidade e todos nós somos produtores dessa sintonia que se torna num feedback para todos.

Cristo diz-me que a autoconsciência é muito importante, porque podemos vê-la como parte da personalidade da alma e da personalidade da criatura. A alma deve conhecer-se e amar-se a si mesma para que o homem ame o próximo e toda a Criação de Deus, mas a alma está à procura de si mesma, perante vontade reduzida ou inexistente que temos de dar essa informação à alma sobre o crescimento espiritual que nos chama ao Céu.

Para conseguirmos que a memória se vá limpando, devemos desejar e ter a intenção de estabilizá-la. À memória chega tudo através dos sentidos. Cada sentido envia informação para a memória... tanto que à memória conseguimos trazer cheiros e sabores do passado.

Cada sentido físico tem um significado espiritual e, portanto, se existe a memória física, também existe a memória espiritual, que se unem na alma.

Entre cada sentido físico e espiritual, há quase um afeto com a memória central física e espiritual, guardam um sentimento que os une. Cada sentido cria uma espécie de ponte que o liga à memória.

A memória traz para este momento as experiências passadas e constrói as futuras, porque tudo é transformado em informação que chega do exterior e é armazenada dentro da criatura através de imagens planas ou com texturas ou odores. A criatura humana atua consoante a forma como se armazenou na memória essa informação passada, porque tudo está a formar a personalidade.

Cada criatura humana está a criar o seu próprio mundo, com o seu próprio universo desde a infância, porque tudo foi assimilado pelo homem através da psique. Até essa marca Divina que cada homem transporta é, de alguma forma, armazenada na memória e, consoante foi incentivada na vida, cada ser humano aceita, capta ou rejeita depois a espiritualidade. Por isso, Cristo diz-nos para nos reencontrarmos mas, desta vez, por vontade própria.

Pelo desconhecimento de tudo o anterior, não iremos conseguir limpar a memória e todo esse universo interior que se foi formando ao longo dos anos e, se não há intenção de recapitular todas essas imagens que estão na memória para classificá-la em Deus, não é dado perdão, nem a paciência, nem a caridade, nem a esperança, para com nós próprios e para com os irmãos.

Tudo é ordenado pela consciência, enquanto o homem permitiu que a sua memória sofresse uma metamorfose, pois sem espiritualidade o homem caminha sozinho e limitado. A memória tem de ser uma autoconsciência para manter o homem vigilante e para que não perca o que é natural no homem: a capacidade de amar e compreender, mas isso deve surgir na vontade da criatura. Daí que seja tão imprescindível a comunicação e o conhecimento que liga tudo o que é criado por Deus: o amor.

Cristo diz-me: querem saber como limpar a memória e, portanto, tudo o que se segue? Têm que querer o bem, a memória é limpa no bem, no devido conhecimento da verdade, a memória vai substituindo as imagens indevida pelas devidas, substitui as dolorosas para uma melhor compreensão do Amor de Deus com o livre arbítrio humano, assim o homem verá e viverá unido ao único que eterno: Deus. Só desta forma o racional será perfeito.

Luz de Maria.

Fonte:http://www.revelacionesmarianas.com/portugueis.htm