Sinais do Reino


Reflexões
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27/06/2016
A dor da alma

A dor da alma

Não podemos compreender o que é a alma despojada do corpo. Mas devemos meditar sobre isso. Porque naquele momento nada terá sentido, apenas o que tivermos feito de bom

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“Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora”. (Mt 25,13)
“E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna”. (Mt 25,46)

Pe. Juan Manuel Rodríguez de la Rosa – Adelante la Fe | Tradução Sensus fidei:

A alma se separa do corpo

Queridos irmãos, já meditaram por um instante sobre o momento da morte, quando sua alma se separar definitivamente do corpo? A alma estará completamente só, já não se sentirá apoiada por seu corpo, reconhecendo-se em espantosa solidão. Estará perante toda a sua vida que passará diante dela como num filme. Não poderá mentir, nem dissimular, nem poderá se apoiar em absolutamente nada. Nada poderá esconder como escondia quando estava no corpo. Estará absolutamente sozinha perante sua vida, perante toda a sua vida, pois nada ficará oculto.

Não podemos compreender o que é a alma despojada do corpo. Mas devemos meditar sobre isso. Porque naquele momento nada terá sentido, apenas o que tivermos feito de bom.

Inevitavelmente todos morreremos, e, inevitavelmente, levaremos unicamente nossas obras, boas ou más. Nossa alma se apresentará só no juízo particular, em primeiro lugar. A alma, a princípio, muito assustada, terrivelmente assustada, não saberá o que acontece. Nada saberá. Há somente o medo do desconhecido. Um silêncio indescritível. Nada mais, a não ser a alma perante Deus. Ela verá toda a sua vida em um instante, e já não poderá arrepender-se, nem se desculpar, nem mais pedir perdão. Não dirá nada, porque nada poderá dizer. Experimentará o nada absoluto.

Apenas escutará a voz de Deus que a chamará pelo nome. Compreenderá a grandeza de Deus, Sua Onipotência que tudo sabe, tudo vê, tudo escuta. Embora a alma não se lembre, Ele se lembra. Se a alma já não sabe se realizou isto ou aquilo do agrado de Deus, Ele lhe dirá: Claro que fizeste isto bem! Claro que fizeste aquilo que me agradou!

Mas, oh, horror entre os horrores!, se a alma se separa do corpo sem se arrepender de seus pecados e se apresenta diante de Deus com pecados mortais! Não ouvirá a voz de Deus, mas, sim, a voz do demônio. Tu te condenaste, alma, por tua livre e espontânea vontade! É o mais aterrorizante que alguém possa imaginar.

Vindo a morte e inesperadamente colhendo-te de imprevisto em teu pecado mortal, sem que estejas preparado, nem sequer preocupado por isso; não tendo pensado na tua salvação ou condenação; enquanto estavas no corpo e vivias feliz, como se a vida nunca fosse acabar, totalmente despreocupado do julgamento divino.

Mas chega o momento e a alma comprova o que é estar sem o corpo, e experimenta a experiência aterrorizante de sua solidão, quando vê a realidade monstruosa de seus pecados mortais e a ofensa que infligiu ao Criador. Terminou sua segurança e sua complacência para com as coisas terrenas. Nada mais lhe interessa. Somente a horrível tristeza de sua vida de pecado está em questão. O medo será tal que nem poderá se arrepender, embora nada mais lhe possa valer. Ouvirá a voz terrível, terrível e assustadora do demônio que lhe chama pelo nome. Tudo terminou, começa a eternidade de dor e sofrimento. O que era o prazer, é agora condenação. A alma poderia ter se salvado e não o fez.

Almas de crianças do Purgatório

Queridos irmãos, o Senhor quer muitíssimo as crianças. Mas, por que há crianças no Purgatório? Porque a caminho do Calvário os pais puseram pedras nas mãos de seus filhos e os obrigavam a arremessá-las no Senhor. Elas não entendiam por que, e, a princípio de maneira negligente, acabaram atirando-as enquanto zombavam como os maiores. Apesar de sua inocência inicial, acabam agindo com malícia e maldade.

Os pais educam os seus filhos como querem, educam-nos no pecado. Por culpa dos pais há muitas crianças não batizadas e sem a Sagrada Comunhão.

As crianças que no caminho do Calvário atiraram pedras no Senhor eram as mesmas que Ele havia abrigado em seu regaço e acariciado. As crianças pecaram contra Deus, apedrejaram-no e riram dele. São crianças, mas pecam ao desobedecer, ao insultar, ao maltratar seus companheiros ou irmãos, quando zombam de outras crianças, quando chutam, quando rejeitam o Senhor e não se confessam, e muitos comungam neste estado de pecado.

Em sua pequena compreensão elas devem saber que o Senhor está presente na Santa Eucaristia. Mas elas estão contagiadas pelo mal. Seus pais são culpáveis, porque elas também são pecadoras.

Crianças pecam e têm que confessar.

Alma limpa de todo o pecado.

Queridos irmãos, queremos que a nossa vida seja imaculada de modo que quando a morte vier não nos condenemos. O pecador precisa de ajuda para ser convertido a Jesus Cristo, para levar uma vida limpa, transparente, sem mancha de pecado. Sem pecado!

Com grande frivolidade vai-se a funerais onde o que menos se faz é rezar pela alma do falecido. Quando alguém morre necessita imperiosamente de orações, para que a alma obtenha esses sufrágios no indescritível momento em que se separa definitivamente de seu corpo, no momento do mais absoluto silêncio inimaginável, no momento de maior angústia ante o desconhecido e o novo para ela.

Deus é bom e só quer que o pecador se arrependa.

A dor da alma perante o desconhecido, pelo bem que poderia ter feito e não fez, pelo quanto poderia ter amado a Deus e não o amou, perante o confronto com a realidade de não poder mais se arrepender, na ausência total de influência própria, de impotência absoluta, perante a voz de Deus ou a voz do demônio.

Ave Maria Puríssima.

Pe. Juan Manuel Rodriguez de la Rosa.

Publicado originalmente:Adelante la Fe – El dolor del alma

Via: http://www.sensusfidei.com.br/2016/06/27/a-dor-da-alma/




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