Sinais do Reino


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09/06/2018
Origem das Litanias ou Ladainhas no Santo Rosário

Origem das Litanias ou Ladainhas no Santo Rosário

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Compilação por P Modesto Lule Zavala msp

O termo ladainha, usado no plural na língua latina e na maioria das línguas românicas, vem do grego (altivo sublime = oração, súplica) e tem um sentido geral de oração e, mais especificamente, súplica ou oração de intercessão. Esta prece não é própria do Rosário. Na verdade, é realizada de várias maneiras, nas Sagradas Escrituras. Entre os textos do Antigo Testamento os estudiosos recordam o "Coro Letânico" do Salmo 118, 1-4:

Dê graças ao Senhor, pois ele é bom,
Porque o Seu amor é eterno.

2 Que digam os israelitas:
    "O amor do Senhor é eterno."

3 Que digam os sacerdotes :
    "O amor do Senhor é eterno."

4 Que digam os que honram ao Senhor:
    "O amor do Senhor é eterno."

Ou, citam o canto dos três jovens no forno (DN 3, 52,90) que apresenta um ritmo Letânico marcado, quer na primeira parte como na segunda parte de cada versículo:

-Lua e sol, bendizei o Senhor!
Glorifique-o para sempre com cânticos

-Astros e estrelas, bendizei o Senhor!
Glorifique-o para sempre com cânticos

-Chuvas e orvalhos bendizei o Senhor!
Glorifique-o para sempre com cânticos

-Brisas e ventos, bendizei o Senhor!
Glorifique-o para sempre com cânticos. (DN, 3, 62-65)

As origens da ladainha que conhecemos do Rosário remontam aos primeiros séculos do cristianismo. As ladainhas eram súplicas dialogadas entre os sacerdotes e os fiéis, e se rezavam especialmente nas procissões. Embora no início eram direcionados apenas para Deus (em súplicas) foram adicionados com o tempo as invocações para Santos e, especialmente, para a Virgem Maria (em intercessão) usado a partir do século VII pela igreja. Era uma oração separada do Rosário em seus primórdios. A composição da ladainha Mariana seguiu as linhas gerais e dos Santos.

As mais antigas litanias de Maria propriamente ditas são encontradas em um codex de Mainz do século XII intitulado Letania por Domina Nostra Dei Genenetrice Virgine Maria. Ora valde bona, diária pro quacumque tribulatione est est, com longos elogios e em cada verso repetindo o Santa Maria.

Nos séculos XV e XVI as litanias de Maria começaram a se multiplicar. No ano de 1500, uma série de litanias foi criada no santuário de Loreto, na Itália. Para 1575 novas litanias laureanas conhecidas como "modernas" com elogios puramente bíblicos, que se tornaram tão populares que as primeiras versões foram passadas para segundo plano. O Papa Sisto V aprovou-as em 1587 e até lhes deu indulgências. Para o século XVII a situação se exacerbou, em Loreto se teve uma litania para cada dia da semana e não foi o caso único. Em 1601, com o decreto Quoniuam multi de 6 de setembro, o Papa Clemente VIII proibiu todas as litanias que existiam, exceto aquelas incluídas no Missal e no Breviario e também as do santuário de Loreto, daí o nome de "lauretanas".

O Papa Paulo V, em 1503, ordenou que fossem cantados na basílica romana de Santa Maria la Mayor em festividades da Virgem Maria. Os dominicanos, em 1615, ordenaram que fossem recitados em todos os seus conventos depois de suas orações nos sábados.

Mas foi o Papa Leão XIII, em 1º de setembro de 1883, quem recomendou a conclusão, durante o mês de outubro (mês do Rosário), da recitação do Rosário com o canto das ladainhas Lauretanas, aquelas próprias do santuário de Loreto. Com isso, pensava-se que as ladainhas faziam parte da recitação do Rosário, quando na verdade elas são um ato de culto para si mesmas. Lembre-se que estas eram usadas para prestar homenagem à Virgem, seja em uma procissão ou como parte da Missa. Com o tempo, algumas foram removidas e outras adicionadas.

A ladainha no Rosário começa com ladainhas dirigidas a Cristo e a Santíssima Trindade. Somente a Deus se pede misericórdia. Depois se segue com as ladainhas a Maria. Maria é invocada para que reze por nós.

Estas são algumas das ladainhas que foram adicionadas ao longo do tempo.

- Leão XIII acrescentou: "Rainha do Santo Rosário" e "Mãe do Bom Conselho"
- Pio IX acrescentou: "Rainha concebida sem pecado original"
- Bento XV acrescentou: "Mãe da paz"
- Pio XII acrescentou: "Rainha assunta aos céus"
- Paulo VI acrescentou: "Mãe da Igreja"
- João Paulo II acrescentou: "Rainha da família"

A súplica repetida da ladainha não tem nada a ver com o tipo de "oração" que Jesus deu em custódia aos seus discípulos: "Quando orardes, não falem muito como os pagãos, crendo que Deus vai ouvir tudo o que falaram" (Mt 6,7). Ao recitar as ladainhas o orante não cre que será agraciado em virtude de eventual magnificência de invocações nem por um poder mágico.

O orante multiplica as invocações porque nele abundam a admiração e o amor: ele louva porque ama; implora porque se reconhece pecador e precisa de misericórdia, e repete as súplicas porque tem confiança na bondade paciente da pessoa a quem se dirige. A repetição Letânica não é uma chamada ansiosa por parte do orante à porta fechada, com o temor que permanecerá fechada; Mas é um chamado sereno, cheio de confiança, de calma na espera, de certeza de que esta porta está prestes a abrir, porque o Senhor disse: “Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta” (Lc 11,9).

Talvez a imagem que melhor representa a quebra do nó na invocação letânica é a de um rio que flui lentamente, cruzando paisagens de belezas diversas, para desembocar num mar imenso.

Fonte: http://www.modestolule.com/2013/11/origen-de-la-letania-en-el-santo.html




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