Sinais do Reino


Palavra do Bispo
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16/07/2013
O trabalho feito por amor.


terça-feira, 16 de julho de 2013
O trabalho feito por amor.


A santidade cristã precisa do trabalho ordinário, realizado com amor e perfeição. O dever de amar a Deus e aos homens, só pode acontecer se formos capazes de pôr amor nas coisas pequenas da jornada diária, procurando descobrir «esse algo divino que está escondido» nos pequenos pormenores.
«A vida de Jesus é inequívoca: pertence ao mundo do trabalho, reconhece e respeita o trabalho humano…Ele olha com amor o trabalho, as suas diversas manifestações, vendo em cada uma delas um aspecto particular de semelhança do homem com Deus, Criador e Pai» (João Paulo II, Laborem exercens, n.26).
«Tudo fez bem feito» (Mc. 7, 37). Estas palavras resumem bem o que foi a vida de Jesus na terra. O trabalho feito ao calor do amor de Deus faz crescer e melhorar em todas as virtudes, purificando-nos das escórias e impurezas que pouco a pouco se vão amontoando na nossa vida. O nosso trabalho deve ser feito:
– com generosidade, sem regatear tempo e esforço, enchendo as horas de trabalho intenso e bem feito. Abraão, como ouvimos na 1ª leitura, foi generoso e esforçou-se delicadamente no acolhimento dos três Personagens misteriosos que o visitaram.
– com ordem, fazendo em cada momento o que se deve fazer e estando atentos ao que se está fazendo. Jesus chama a atenção de Marta para que não esqueça outros deveres e para não andar demasiado inquieta com o seu trabalho, esquecendo Aquele para quem estava trabalhando.
– com justiça e caridade, virtudes essenciais para santificar o trabalho.
– com audácia e fortaleza, perante o possível comportamento imoral de companheiros de trabalho.
– com mortificação e esforço. Também Jesus conheceu o cansaço e a fadiga que acompanham as tarefas diárias e experimentou a monotonia dos dias sempre iguais.
«O suor e a fadiga que o trabalho leva consigo necessariamente na condição atual da humanidade oferecem ao cristão e a cada homem, que foi chamado a seguir Cristo, a possibilidade de participar no amor à Obra da Redenção que Cristo veio realizar. Esta obra de salvação realizou-se precisamente através do sofrimento e da morte na Cruz. Suportando a fadiga do trabalho em união com Cristo crucificado por nós, o homem colabora de certo modo com o Filho de Deus na Redenção da humanidade. Mostra-se verdadeiro discípulo de Jesus, levando por sua vez a cruz de cada dia na atividade que foi chamado a realizar» (João Paulo II, Laborem exercens, n.27).
Todo o trabalho, segundo o desígnio de Deus, deve referir-se a Deus, pois trata-se de colaborar com o Criador na construção o mundo. O trabalho pode converter-se em algo «monótono» e «aborrecido», algo «sem sentido», se o último fim do mesmo é apenas a obtenção de meios econômicos para o sustento próprio e da família, ou o ficar bem perante as pessoas das quais dependemos.
Também o afã profissional pode converter-se em «obsessão» o numa espécie de «droga»: trabalha-se muito, perdendo o verdadeiro sentido do trabalho, convertendo num fim aquilo que não é nem deve ser mais que um meio, arruinando-se a si mesmo e à família.
«O trabalho é somente uma possibilidade de servir a todos os homens por amor de Deus. A dignidade do trabalho está fundamentada no amor. O grande privilégio do homem é poder amar. Por isso, não devemos limitar-nos a fazer coisa, a construir objetos. O trabalho nasce do amor, manifesta-se no amor, ordena-se ao amor» (Cfr. S. Josemaria, Cristo que passa, 48).
«…Vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus» (Mt 6, 1).
Movidos pelo amor, seremos capazes de contemplar a Deus no nosso trabalho, santificando e santificando-nos a nós nesse trabalho. Assim, faremos de todo o nosso trabalho oração, num diálogo ininterrupto com Aquele para quem trabalhamos, oferecendo a Deus Pai todas as nossas obras em união com o Sacrifício da Cruz, que se renova sacramentalmente na Eucaristia.
Meditemos frequentemente no trabalho redentor de Jesus na sua vida oculta.
«Senhor, concede-nos a tua graça. Abre-nos as portas da oficina de Nazaré, com o fim de aprendermos a contemplar-Te a Ti, com Tua Mãe Santíssima e com o Santo Patriarca José…dedicados os três a uma vida de trabalho santo. Remover-se-ão os nossos pobres corações, buscar-Te-emos e Te encontraremos num trabalho diário, que Tu desejas que convertamos em obra de Deus, em obra de amor» (S. Josemaria, Amigos de Deus, 72).


Postado por Dom Antonio Carlos Rossi Keller às 06:06

 

fonte:http://www.encontrocomobispo.org/




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