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09/07/2019
AS REALIDADES SOBRENATURAIS SÃO INCOMENSURÁVEIS COM AS INSTITUIÇÕES DO MUNDO

AS REALIDADES SOBRENATURAIS SÃO INCOMENSURÁVEIS COM AS INSTITUIÇÕES DO MUNDO

09/07/2019

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Escutemos o Papa Leão XIII, em passagens da sua encíclica “Sapientiae Christianae”, promulgada em 10 de Janeiro de 1890:

«Jesus Cristo anunciou em termos bem claros que a odiosa oposição, feita pelos homens,  à Sua Pessoa, perpetuar-se-ia contra a Sua Obra, de modo que a um grande número de almas se impediria a Salvação que por Sua Graça trouxe ao mundo. Foi por isso que Ele quis, não sòmente formar discípulos da Sua Doutrina, mas também reuní-los em sociedade e organizá-los num só Corpo que é a “Santa Igreja”(Col 1, 24), de que Ele seria a Cabeça. Consequentemente, a vida de Jesus Cristo derrama-se por todo o organismo deste Corpo, nutre e sustenta cada um de Seus membros, conserva-os unidos entre si e conspirantes para o mesmo fim, apesar de não caberem a todos as mesmas funções (Rm 12, 4-5). Daqui se conclui que a Igreja não sòmente é uma sociedade perfeita e muito superior a qualquer outra sociedade, mas também que lhe é conatural, por disposição do Seu Autor, combater pela Salvação do Género Humano como um exército formado em batalha (Ct 6,9).  Essa organização e forma da sociedade cristã não pode alterar-se por nenhum caso, nem é permitido a nenhum dos seus membros operar a seu bel-prazer, ou seguir no combate a táctica que melhor lhe aprouver, PORQUE QUEM NÃO COLHE COM A SANTA IGREJA E COM JESUS CRISTO – DESPERDIÇA! (Lc 11, 23), E CERTAMENTE COMBATEM CONTRA DEUS OS QUE NÃO COMBATEM ÀS ORDENS DE DEUS E DA SUA IGREJA.

Ora, para efectuar essa união dos espíritos e uniformidade de acção que tão formidável é, e com razão, aos inimigos do catolicismo, a primeira condição é a concórdia de sentimentos, à qual, com zelo ardente e singular gravidade de palavras, exorta São Paulo aos Coríntios: “Eu vos conjuro, pelo Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que tenhais todos uma mesma linguagem e que não haja cismas entre vós, mas que vivais numa plena unidade de sentimentos e de afectos”(I Cor 1,10).

A Sabedoria deste preceito é evidente. Efectivamente, o pensamento é o princípio de acção, e daqui resulta de que não se podem concordar as vontades, nem combinar as acções, onde os modos de pensar forem diversos. Entre os que só a razão reconhecem por guia, RARO OU NUNCA SE ENCONTRARÁ UNIDADE DE DOUTRINA, PORQUE O CAMINHO DA CIÊNCIA ESTÁ CHEIO DE TROPEÇOS, A INTELIGÊNCIA HUMANA É FRACA POR NATUREZA, E SOBRE FRACA DEIXA-SE DISTRAIR PELA VARIEDADE DE OPINIÕES E MUITAS VEZES ENGANAR PELAS IMPRESSÕES EXTERNAS, E ALÉM DISSO ACRESCE A INFLUÊNCIA DAS PAIXÕES, QUE TÃO AMIÚDE TIRA DE TODO, OU DIMINUI A CAPACIDADE DE DESCOBRIR A VERDADE. E eis a razão porque no governo político se recorre muitas vezes à força, PARA SUPRIR COM ELA A UNIÃO QUE FALTA NOS ESPÍRITOS.

Melhor é a condição dos cristãos – os quais recebem da Santa Igreja a regra da sua Fé, e sabem com certeza que, obedecendo à sua Autoridade e deixando-se guiar por ela, ESTÃO COM A VERDADE. Por isso, assim como uma só é a Igreja, porque um só é Jesus Cristo, também, entre os cristãos de todo o mundo, uma só é e deve ser a Doutrina “UM SENHOR UMA FÉ”(Ef 4,5). Tendo todos o mesmo espírito de Fé (IICor 4,13), possuem o salutar princípio do qual espontaneamente dimana para todos um mesmo querer e um mesmo agir.

A Fé Cristã não se fundamenta na autoridade da razão humana, mas no testemunho da razão Divina. Cremos que a Revelação é verdadeira, “NÃO PELA INTRÍNSECA VERDADE DAS COISAS PERCEBIDAS PELA LUZ NATURAL DA RAZÃO; MAS PELA AUTORIDADE DO MESMO DEUS QUE REVELA E QUE NÃO PODE ENGANAR-NOS”(Concílio Vat. I.Constituição “Dei Filius”, c.3.). Segue, que quaisquer verdades que conste serem reveladas por Deus, a todas e a cada uma devemos igual e pleno assentimento. Negar crédito a uma só que seja é quase o mesmo que rejeitá-las a todas; POIS TANTO DESTROEM O FUNDAMENTO DA FÉ OS QUE NEGAM QUE DEUS FALASSE AOS HOMENS, COMO OS QUE PÕEM EM DÚVIDA A SUA INFINITA VERDADE E SABEDORIA.»

Desde sempre a esmagadora maioria dos que se dizem católicos, neste caso não nominais, incluindo até muitos sacerdotes, possuíram a fortíssima tentação de conceber a Fé de forma puramente natural, humana e terrena. Ora, conceber as realidades da Fé de forma natural e humana, representa, simplesmente, renegar a Fé Sobrenatural.

Vivemos num mundo em que apenas uma ínfima minoria possui, por Graça de Deus, a Fé Sobrenatural, e menos ainda são aqueles que possuem uma Fé Teologal formada pela Graça Santificante e pela Caridade. Não nos devemos assim surpreender que pessoas muito cultas segundo o mundo, como o Professor Freitas do Amaral, coloquem a Doutrina da Santa Madre Igreja como naturalmente inserida no espectro político das direitas e das esquerdas. ERRO ABSOLUTO!

A verdadeira Doutrina Católica não é sequer pensável no campo do espectro político da civilização pós-Cristã. E não é pensável, porque PERTENCE A UMA ESPÉCIE DE PRINCÍPIOS ABSOLUTAMENTE INCOMENSURÁVEL COM TODAS AS IDEOLOGIAS MODERNAS, DA EXTREMA-ESQUERDA À EXTREMA-DIREITA.  Efectivamente, aqueles que a comunicação social apresenta como sendo de extrema-direita, SÃO, NA REALIDADE, PAGÃOS, RACISTAS, ULTRA-MATERIALISTAS E MESMO, NA ENORME MAIORIA, CRIMINOSOS DE DELITO COMUM. Assinale-se, que mesmo o nacionalismo foi sempre condenado pela Santa Madre Igreja, pois que sendo os Estados produto contingente da História corrompida, não podem ser alvo de um culto de que só a Santa Madre Igreja, na sua Verdade, Santidade e Eternidade, é credora.

Aqueles que são apresentados como sendo de direita, são os neo-liberais, favoráveis ao esmagamento do mais fraco pelo mais forte, idólatras do “deus” mercado; porque em virtude do pecado original e do oceano negro de pecados actuais, se se conceder livre curso às forças do capital e do mercado, NÃO RESTARÁ A PROSPERIDADE GERAL, COMO DIZEM, MAS O REFERIDO E BRUTAL ESMAGAMENTO. Como sempre ensinou a Santa Madre Igreja, que sempre pugnou pela vigorosa intervenção do Estado em salvaguarda dos mais fracos e desprotegidos. Donde se conclui pelo anátema a todo o liberalismo: RELIGIOSO, POLÍTICO, ECONÓMICO, SOCIAL E CULTURAL.

Por outro lado, a sociedade deve ser rigorosamente hierárquica, orgânica e essencialista; as classes sociais devem ser rìgidamente compartimentadas, mas perfeitamente solidárias no todo nacional, à Luz da Ordem Sobrenatural. A família, a paróquia, a corporação profissional, devem possuir perfeitíssima e religiosa estabilidade. A negação rotunda do liberalismo consubstancia-se no facto de nenhum indivíduo poder alterar a célula orgânica a que pertence e em que deve morrer, quer na Ordem Temporal, quer na Ordem Sobrenatural. Evidentemente, que este essencialismo providencialista autoritário, absolutamente nada tem a ver com a social-democracia e como os vários comunismos. Exactamente, porque, insistimos,  A ESPÉCIE A QUE PERTENCE É TOTALMENTE INCOMENSURÁVEL COM O PENSAMENTO POLÍTICO E SOCIAL QUE SE VEM DESENVOLVENDO NOS ÚLTIMOS SEIS SÉCULOS. 

Muito pelo contrário, o Professor Freitas do Amaral, ainda que repudie o neo-liberalismo, sustenta que o Tomismo constituiria uma espécie doutrinal de tal forma fecunda, que pela sua evolução Histórico-Filosófica nos teria conduzido, benèficamente, também por via da revolução protestante e da revolução de 1789, ao Estado social-democrático-liberal. TAL ASSERÇÃO É ASSUSTADORAMENTE FALSA, PORQUE O TOMISMO, MESMO COMO DOUTRINA FILOSÓFICA, ENCONTRA-SE EXTRÍNSECA E MEDULARMENTE ILUSTRADO PELA ORDEM SOBRENATURAL, E TENDO SIDO PRÀTICAMENTE CANONIZADO PELA SANTA MADRE IGREJA, CONSTITUI OBJECTO SECUNDÁRIO DA SUA INFALIBILIDADE.

Neste quadro conceptual, toda a Doutrina da Santa Madre Igreja, nas esferas Dogmática, Moral e Filosófica, concorre, ordenadamente, para a sua doutrina político-social, INFINITAMENTE MAIS ELEVADA E PROFÍCUA DO QUE AS CORROMPIDAS IDEOLOGIAS MODERNAS.

Sublinhámos que o Professor Freitas do Amaral repudia o neo-liberalismo, todavia, não é capaz de realizar que são o pecado original e os pecados actuais os responsáveis pelas monstruosas injustiças dele emergentes. Além disso o Professor não aceita de modo nenhum a essencial e dogmática subordinação dos Estados à Doutrina da Santa Madre Igreja. Na realidade, o Professor Freitas do Amaral reduz a Fé Católica – A NADA!

A hostilidade constitucionalmente irrevogável entre a Santa Madre Igreja e o mundo mau, explica proficientemente este abismo entre a Doutrina Católica e as ruínas mentais do mundo. Não há, nem pode haver, hoje como ontem e sempre, qualquer possibilidade de trégua entre a Esposa de Cristo e este mundo mau. A grande apostasia do Vaticano 2 foi ter pretendido essa trégua; mas não foi a Santa Igreja quem a quis, mas sim a maçonaria internacional travestida de Igreja. Também as chefias da ex-fraternidade já anunciam, suicidàriamente, essa trégua. 

Nosso Senhor Jesus Cristo veio ao mundo como o Sacerdote de dignidade infinita, de um Sacrifício, também de um valor infinito. Consequentemente, a Santa Madre Igreja, Corpo Místico do Senhor, Depositária da Ordem Sobrenatural, de uma espécie Doutrinal, Incriada, porque participante da Inteligência Divina, Eterna e imutável, essa Igreja, infinitamente fecunda, deve permanecer como Padrão imarcescível, absolutamente objectivo, de todos os nossos pensamentos, palavras e obras.

Que nos ostenta o mundo? Um fluxo contínuo de paixões desordenadíssimas, relativistas, sem fundamento, sem consistência, nem finalidade, caóticas até mais não poder ser; em síntese, a verdadeira ante-câmera do Inferno. Como pode alguém conceber qualquer correspondência entre o Céu e o Inferno?

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Lisboa, 9 de Julho de 2019

Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral

Fonte:https://promariana.wordpress.com/2019/07/09/as-realidades-sobrenaturais-sao-incomensuraveis-com-as-instituicoes-do-mundo/




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