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15/02/2019
UCRÂNIA E RÚSSIA NA «POLÍTICA» DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

UCRÂNIA E RÚSSIA NA «POLÍTICA» DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

14/02/2019

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por Arai Daniele

Surpreenderá a muitos, mas não aos verdadeiros católicos que conhecem a Profecia de Fátima, saber que esta encerra um plano divino para os nossos tempos em que consta o nome da nação que mais pode estar ligada à futura paz mundial: a Rússia convertida.

Tal plano que tem o sinal da barreira (katechon) posta pela sabedoria divina ao Anticristo dos tempos finais, não deveria então orientar os projetos dos homens da Igreja para o bem do mundo? Lembremos que o obstáculo (katechon) está na carta de São Paulo aos Tessalovicenses (II, 2) e consta na História como um poder que freia o mal religioso e civil; um Império como o romano (S. Agonstinho).

Vamos então lembar um pouco dessa História para saber se há algum aspecto de obstáculo ao Anticristo nessa nação que uniu a antiga Rus à Rússia moderna. Mas não foi esta mesma que incarnou os ferozes erros do império comunista, verdadeiro anticristo entre as nações do mundo? Contudo, se tratou e trata de povos cristianizados.

Os povos do norte da Europa começaram a ser cristianizados pela ação de monges, seja de origem latina que grega. Notável o trabalho dos Santos Cirilo e Metódio, que grandes conhecedores de línguas, para a difusão do Evangelho usaram o eslavônico e até criaram formas verbais os caracteres cirílicos. Isto foi no século IX e seguintes, quando alguns reinos adotaram o Cristianismo depois da conversão de seus reis e príncipes.

O que hoje se conhece como a Ucrânia teve esta conversão em 988 por obra bizantina em seus dois centros principais de Novgorod e di Kyiv (Kiev). No Xº século se forma o primeiro núcleo de um estado chamado Principado de Kiev ou mais comumente, Rus’ de Kiev, sob a dinastia dos Rjurikidi cujo nome vem do fundador Rjurik.

A partir de 988 se realiza a conversão daquelas populações pagãs ao Cristianismo, um dos grandes eventos da história europeia e não só da Religião. A primeira personagem importante para a história do Cristianismo na Rus, foi a rainha Olga de origem nórdica.

Nesses anos já havia o efeito da obra de evangelização dos santos Cirilo e Metódio na Criméia. Ela foi em 957 a Constantinopolis, onde foi batizada com o nome de Helena, e voltou a Kiev com textos sagrados e sacerdotes, dedicando-se a uma vida devota e ao proselitismo. Fez construir a primeira igreja de madeira em Kiev dedicada a Santa Sofia. Já era venerada nos primeiros decênios do Cristianismo ucraniano, durante o reino do neto Volodymyr, culto depois confirmado num Concílio russo de 1574, para ser considerada entre os primeiros santos russos do calendário católico bizantino. Volodymyr (ou Vladimir), Príncipe de Novgorod (973-977), depois de vencer o irmão, tornou-se Principe di Kiev em 979, reunindo assim o Principado. Vladimir (960 a 1015), passou à história como o Grande Rei dos Russos e, por ter convertido os seus súbditos em 989, come o Santo, o novo Constantino (igualmente de vida pouco exemplar).

Na festa da Assunção de 989, Vladimir, os padres da Imperatriz e todo o povo foram ao rio e com todos na água, o Rei, olhando o céu disse: «O Cristo Deus, criador do céu e da terra, vigia sobre estes homens novos e faz que vos considerem verdadeiro Deus. Seja bendito o Senhor Jesus Cristo, que amou os homens novos, a terra russa, purificando-a com o santo batismo». Era o batismo de um povo que iria passar por muitas lutas e sofrimentos.

A União de Brest (bielorrusso: Брэсцкая унія; em ucraniano: Берестейська унія; em polonês: Unia Brzeska) foi uma decisão de 1595-1596 da Sede Metropolitana de Kiev-Halyc e de toda a “Rus”, para romper relações com o Patriarcado de Constantinopolis e submeter-se à jurisdição do papa de Roma, a fim de evitar a dominação do patriarca recém-estabelecida do Patriarca de Moscou.

Na época, esta igreja incluía a maioria dos ucranianos e bielorrussos, sob o governo da grande Confederação Polaco-Lituana. Os líderes da Igreja de Kiev uniram-se e entraram em sínodo na cidade de Brest para compor os 33 artigos da União, que foram aceites pelo Romano Pontífice. Havia então um «eixo» católico formado pela Polônia, Lituânia a que se unira a Ucrânia, formando um quasi império.

Inicialmente, a União foi bem sucedida, mas nas décadas sucessivas perdeu muito do apoio inicial, principalmente por causa da perseguição movida pelo Império Russo. Na Galiza austríaca esta união com a Igreja sobreviveu e manteve-se forte nos séculos a seguir, dando origem à Igreja grega Católica Ucraniana.

A União foi solene e é publicamente proclamada no Salão de Constantino no Palácio Apostólico, no Vaticano. O Arcebispo de Vilnius Wollowicz leu as cartas em Ruteno e Latim do Episcopado Ruteno ao Papa, datada de 12 de junho de 1595. O Cardeal Silvio Antoniani agradeceu ao episcopado Ruteno em nome do Papa, e expressou sua alegria pelo feliz evento. Mais tarde, Adam Pociej, heptarca de Volodymyr, em seu nome e episcopado Ruteno, leu a fórmula latina da abjuração do cisma grego, Cyryl Terlecki, eptarca de Luc’k e Ostrog, lêu-o em Ruteno e tudo foi assinado. O Papa Clemente VIII, em seguida, dirigiu a palavra a eles, expressando sua alegria e prometendo aos rutenos a sua ajuda. Foi cunhada uma medalha para comemorar o evento, com a inscrição Ruthenis receptis. No mesmo dia, 23 de dezembro de 1595, foi publicada a bula Magnus Dominus et laudabilis, anunciando ao mundo católico o retorno dos Rutenos a unidade da Igreja Católica. A Bula menciona os eventos que levaram à união, a chegada de Pociej e Terlecki em Roma, a sua abjura e a concessão aos rutenos de manter o seu rito, exceto as tradições opostas à doutrina católica e incompatíveis com a comunhão da Igreja Católica.

Em 07 de fevereiro de 1596 o Papa Clemente VIII enviou o episcopado ruteno o Breve «Benedictus sit Pastor ille bonus», anunciando a convocação de um sínodo no qual os bispos rutenos deveriam pronunciar a profissão de fé católica. Também foram enviadas cartas a reis, príncipes e magnatas poloneses, instando-os a tomar sob a sua proteção os rutenos.

Outra bula «Decet Romanum pontífice», de 23 de fevereiro de 1596, definiu os direitos do episcopado Ruteno e as suas relações na sujeição à Santa Sé. Foi decidido não incluir o Filioque no Credo Niceno, mesmo se o clero ruteno professava e ensinava a processão do Espírito Santo do Filho (Jesus Cristo). Os bispos pediram para serem dispensados da obrigação de introduzir o calendário gregoriano, a fim de evitar o descontentamento e a oposição popular, e insistiram sobre a nomeação, pelo rei, do cargo de senador.

A União foi fortemente apoiada pelo Rei da Polônia e pelos Grão-Duques da Lituânia, pelo nascente movimento dos cossacos para o auto-governo ucraniano. O resultado foi a guerra da “Rus contra a Rússia”, e a divisão da Igreja de Rus’ na Igreja Grego-Católica (também chamada Uniata – mesmo se os católicos consideram este como um termo depreciativo – ou de Igreja sui juris), e na Igreja Ortodoxa Grega. A união dos fiéis de rito bizantino do Reino da Hungria foi alcançado em 1648 com a União de Uzhhorod.

O verdadeiro ecumenismo não concerne talvez, mais que tudo, o diálogo dos extrêmos Roma-Rússia? Não é o que tinham em vista os papas do século passado? Para tal fim, São Pio X havia conferido poderes e privilégios patriarcais a um dos maiores bispos católicos orientais, o conde Andrei Septyckyj. Ge­nial apóstolo do ecumenismo, amigo do filósofo russo Vladimir Solov’év.

O santo arcebispo católico (uniata) Andrei Septyckyj, pela sua importante ação na defesa da identidade cristã da nação ucraniana foi preso pelo governo do Tzar russo de 1914 a 1917, quando foi libertado -ironicamente- pelo governo revolucionário de Kerensky.

A este intrépido pastor se deveria prestar atenção, porque foi exemplo de dedicação, mente e coração ao verdadeiro ecumenismo católico, que cedo ou tarde vai beneficiar toda a humanidade. Era a missão do povo ucraniano pelo qual os russos foram convertidos.

No nosso tempo esta foi a missão também de valentes sacerdotes. Conheci um deles, o saudoso Padre Alessio Ulisse Floridi, S.J., morto vinte anos atrás em Roma (Albano). Formado no Russicum, ele também dedicou a vida ao desígnio divino da conversão da Rússia.

Na longa conversa que tivemos no hospital de Albano na tarde antes de sua morte, dizia: para que a Rússia se converta, antes é necessário que a mesma Roma se converta exorcizando o mal do indiferentismo ecumenista apóstata suscitado pela insídia planejada por pastores da ostpolitik: a política de aproximação à todo transe com o mundo comunista oriental que se apoderara da grande Rússia.

A missão dos verdadeiros católicos hoje é orar, testemunhar e operar para que Roma volta à ser profundamente mariana, o necessário meio manifestado pela Vontade de Deus para o bem da paz na terra. E isto significa livrar Roma dos tentáculos iluministas do maldito Vaticano 2 que martirizou a sua vida sacerdotal, centrada nos desígnios de conversão à Igreja. Eis a “política” feita esquecer com a obra da miserável operação conciliar, a favor da nova desordem ecumenista mundial; a mais alta política que, mesmo ignorando sua excelsa origem, impõe-se pelo seu sábio realismo histórico.

É bom lembrar que na política, visto ser a paz tranqüilidade da ordem (S. Agostinho), o plano ideal de paz deve apoiar-se na Lei Natural e Divina, que por sua vez deve ser apoiado por um poder terreno. Santo Agostinho a este respeito reconheceu a importância da preservação da ordem romana. Hoje, em tempos de grande apostasia, se deve aspirar ao império de uma ordem cristã. Não será a nova ordem do ecumenismo americano; poder sem fronteiras justificado pelo utopismo maçônico das Nações Unidas, a promover o retorno a esta Ordem.

Então repetimos, pode surpreender a muitos, mas não deve surpreender os católicos que conhecem a Mensagem de Fátima, que haja um plano divino para o nosso tempo em que aparece o nome da nação ligada à paz mundial futura: a Rússia convertida à Igreja, como o foi a Ucrânia, que nesta conversão tem parte essencial. Este plano que tem o sinal da sabedoria divina, é combatido pelos poderes mundialistas atuais e pela falsa Igreja conciliar, que propõe o ecumenismo maçônico, fortemente contrário à conversões.

O verdadeiro ecumenismo se aplica, pois, mais que a qualquer outra aproximação à de Roma-Moscou, conversão da Rússia que os papas passados tinham em mente. Eis a “política católica” alterada pela infame operação conciliar em favor de uma nova ordem mundial ecumenista, agnóstica e ateia.

Mesmo que os católicos ainda não tenham percebido a importância vital para o mundo da “política”, transmitida em Fátima, é bom que revejam a história à luz da palavra “conversão”. É o sentido cristão que cedo ou tarde há que compreender para entender os eventos.

Neste sentido as palavras de Fátima foram a oferta para o bem da humanidade, um convite para fazer prevalecer no final a Vontade de Deus de converter as almas. O contrário faz a desastrosa armadilha ecumenista baseada no indiferentismo transmitido pelo maléfico Vaticano 2 proposto por pastores iluminados por reflexos infernais.

Muitos males só se tornaram possíveis por causa dessas inversões religiosas de sacerdotes elevados a postos de autoridade, que o “mundo católico”, reconheceu como papas (ver “Segredo de Fátima ou a perfídia em Roma?).

E agora, para que a Rússia se converta, é preciso que primeiro se converta a própria Roma, afastando o peçonhento Vaticano 2, tornando a ser a Roma profundamente mariana desejada por Deus.

É hora, portanto, que mesmo os católicos que não entenderam ainda a importância para o mundo futuro da “política” transmitida aos pastorinhos por Nossa Senhora de Fátima, considerem a história recente, para reconhecer esta oferta para o bem da humanidade, cuja palavra chave é “conversão” – justamente o que a miserável perversão ecumenista dos apóstatas conciliares (de João 23 a Bergoglio) aboliram; é convite para a volta à Fé que pode restituir a ordem às nações neste mundo e salvar as almas para o outro.

Holodomor

Fonte:https://promariana.wordpress.com/2019/02/14/ucrania-e-russia-na-politica-de-nossa-senhora-de-fatima/

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