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11/02/2017
Católicos protestam contra apoio dado pela igreja a escola de samba de SP

Católicos protestam contra apoio dado pela igreja a escola de samba de SP

04/02/2017

Grupo Terço Público na Sé, que se reúne em frente à Catedral, no centro de São Paulo, faz ato de desagravo contra o apoio da Igreja Católica ao desfile da Vila Maria

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Jussara Soares  -Colaboração para o UOL

A menos de 20 dias para o Carnaval, a Unidos de Vila Maria está com quase tudo pronto para cruzar o sambódromo do Anhembi com um desfile em homenagem a Nossa Senhora Aparecida. A agremiação tem a bênção da Igreja Católica, que acompanhou o desenvolvimento do enredo, pediu alguns ajustes "para respeitar a fé das pessoas" e deu apoio na pesquisa histórica. O aval da igreja, no entanto, desagrada alguns grupos de fiéis, que organizam protestos para tentar impedir que a imagem da santa seja usada no desfile, o que consideram uma profanação.

No último sábado (4), o grupo Terço Público na Sé -- que se reúne todo primeiro sábado do mês em frente à Catedral -- fez um ato de desagravo contra o que consideram uma desonra à padroeira do Brasil. A presença da imagem da santa no desfile foi autorizada pelos cardeais Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, e Dom Raymundo Damasceno, que deixou a arquidiocese de Aparecida no dia 13 de janeiro. Este foi o segundo ato contra o desfile da Vila Maria.

“Estamos em defesa da igreja e da Virgem Maria. Podemos fazer um ato de reprimenda a qualquer autoridade, quando a Sé está em perigo e permite uma profanação como essa”, diz a assistente administrativa, Andrea Fiorentino Costa, que lidera o grupo. Ela é irmã da apresentadora Isabella Fiorentino, que, embora já tenha participado de ações do Terço Público, não participa do ato contra o desfile de Carnaval.

Em maio do ano passado, Andrea começou um abaixo-assinado on-line entre amigos e conseguiu recolher 2.038 assinaturas para a causa. “Eu não queira divulgar isso, dar projeção, mas agora percebi que precisava me manifestar. É uma forma de mostrar amor à igreja, a Jesus e à Virgem Maria”, explica.

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Grupo Terço Público na Sé é contra a presença da imagem da santa no desfile. "Estamos em defesa da igreja e da Virgem Maria", diz Andrea Fiorentino

Após uma missa, Andrea Fiorentino chegou a procurar Dom Odilo para conversar. E teria ouvido do arcebispo que o Carnaval era também um modo de evangelizar. “Como evangelizar no meio de pessoas seminuas? Eu propus a ele ir para a porta do sambódromo, fazer um altar para Nossa Senhora e ficar lá de joelhos. Isso é evangelizar”, enfatiza.

O Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, com sede no bairro de Higienópolis, também faz campanha contra a homenagem à padroeira no Anhembi, a qual considera uma blasfêmia. Na internet, um abaixo-assinado já tem mais de 6 mil apoiadores. “Ao contrário de uma homenagem, colocar em um desfile de Carnaval os símbolos católicos, juntamente com os símbolos mais flagrantes de imoralidade e neopaganismo, constitui em grave ofensa à Nossa Rainha e Padroeira”, contém o trecho da carta endereçada a Dom Raymundo Damasceno.

Reclamação aos bispos

O enredo da Vila Maria está incomodando devotos, inclusive, em outros estados. A Congregação Mariana, de Vitória, no Espírito Santo, enviou, no dia 19 de janeiro, cartas para 302 bispos no Brasil na esperança de que ao menos um deles se levante contra o uso da imagem no desfile.

https://conteudo.imguol.com.br/c/carnaval/2017/75/2017/02/06/carta-enviada-pela-congregacao-mariana-de-vitoria-no-espirito-santo-a-302-bispos-no-brasil-pedindo-que-a-igreja-catolica-reconsidere-o-apoio-ao-desfile-da-unidos-de-vila-maria-em-homenagem-a-1486400059687_v2_450x600.jpg

Carta enviada pela Congregação Mariana de Vitória (ES) a 302 bispos brasileiros

“O Carnaval é uma festa mundana, onde reina a impureza, como pode a Mãe Deus – a rainha da pureza – estar no meio disso? É uma ofensa à fé católica. Isso só é possível num mundo louco como o de hoje”, critica Carlos Henrique Delazari, de Vitória (ES), presidente da Congregação Mariana, associação de católicos que têm a vida consagrada à Virgem Maria.

Para Carlos Henrique, o fato de a Vila Maria evitar nudez e cumprir outras regras estipuladas pela igreja -- como não fazer sincretismo religioso -- não minimiza o sacrilégio. “Vão passar outras escolas, antes e depois, com vários temas e nudez. E Nossa Senhora será apenas uma mais. Vou lutar contra isso de todas as formas.”

Apesar da disposição, Delazari afirma que não vai entrar na Justiça comum para impedir o desfile. “A escola tem o aval a igreja, então que alguma autoridade da igreja se levante contra Dom Odilo”, completa. Ele atribuiu o apoio da igreja à escola de samba à “perda da fé católica”.

O presidente da Congregação Mariana capixaba também critica o padre Reginaldo Manzotti por participar neste fim de semana de várias atividades na escolas Unidos de Vila Maria, inclusive ensaio técnico no sambódromo. “Ele perdeu a fé. Não existe evangelização num lugar desses. São as pessoas que precisam se moldar a Deus, não Deus às pessoas”, diz.

Por enquanto, nenhum bispo respondeu ao pedido da Congregação Mariana. “Não queremos que saia a imagem. Nossa Senhora não é do Carnaval. Se sair será uma desgraça, e teremos que fazer muitos atos de reparação à Mãe de Deus. E o que ofende a Mãe de Deus também ofende a Ele”, diz Delazari.

Outro lado

Em nota, a Arquidiocese de São Paulo informou que segue com tranquilidade e prudência, acompanhando os trabalhos da Unidos de Vila Maria de preparação para o desfile que vai homenagear Nossa Senhora Aparecida no Carnaval de São Paulo deste ano. “Reiteramos que a Igreja Católica não ‘autorizou’ o uso da imagem de Nossa Senhora no Carnaval, mas que está próxima da escola para garantir que não sejam desrespeitados o sentimento religioso e as devoções dos fiéis.”

Fonte: https://carnaval.uol.com.br/2017/noticias/redacao/2017/02/06/catolicos-protestam-contra-apoio-dado-pela-igreja-a-escola-de-samba-de-sp.htm

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Igreja abençoa enredo sobre Nossa Senhora e quer evangelizar no Carnaval

https://conteudo.imguol.com.br/c/carnaval/2017/ac/2017/01/31/13jan2017---unidos-de-vila-maria-ensaia-para-o-carnaval-na-quadra-da-escola-que-apresentara-enredo-em-homenagem-a-nossa-senhora-aparecida-1485869606102_v2_450x600.jpg

Imagem de Nossa Senhora em destaque na quadra imagem: Flavio Moraes/UOL

Jussara Soares Colaboração para o UOL

Quando a Unidos de Vila Maria entrar no Anhembi na sexta-feira, 24 de fevereiro, exaltando os 300 de Nossa Senhora Aparecida, um marco se estabelecerá. Pela primeira vez, uma escola de samba no Brasil vai desfilar não apenas com a bênção da Igreja Católica, mas também com o apoio histórico para toda pesquisa do enredo e até mesmo com a torcida dos religiosos pelo título. Uma comitiva de aproximadamente 300 pessoas, entre padres e funcionários do Santuário Nacional, se prepara para acompanhar de perto a homenagem à padroeira do Brasil.

Para a igreja, o Carnaval virou uma oportunidade de levar a palavra de Deus ao mundo. “Estamos vendo uma oportunidade de evangelização”, diz padre João Batista, reitor do Santuário Nacional, que deu todo o amparo bibliográfico para a agremiação desenvolver o enredo. A mudança de postura tem a ver com os ensinamentos de Papa Francisco de uma igreja menos reclusa e mais próxima do povo.

https://conteudo.imguol.com.br/c/carnaval/2017/32/2017/01/31/24jan2017---unidos-de-vila-maria-em-seu-ensaio-tecnico-no-anhembi-a-escola-apresentara-enredo-em-homenagem-a-nossa-senhora-aparecida-1485869583023_v2_956x500.jpg

O diálogo entre a festa profana e o sagrado é inédito, e pode encerrar uma história de embates. O mais famoso deles ocorreu em 1989, quando a Igreja Católica proibiu o carnavalesco Joãosinho Trinta, da carioca Beija-Flor, de colocar o Cristo Redentor estilizado como mendigo na Sapucaí no enredo “Ratos e Urubus, Larguem a Minha Fantasia”.  O gênio da avenida, então, levou a alegoria coberta por sacos plásticos pretos. A Beija-Flor perdeu o título para a Imperatriz Leopoldinense naquele ano, mas fez a história.

Desde então, carnavalescos passaram a evitar a divulgação antecipada de qualquer imagem ou símbolo religioso que pudesse ter a interferência da Igreja antes da escola ir para a avenida.  O próprio carnavalesco Sidnei França, que assina o desfile de Nossa Senhora Aparecida na Vila Maria, chegou a ser notificado por que usou a imagem de ostensório em um costeiro de uma fantasia da Mocidade Alegre, em 2010.  “É uma quebra de paradigma. Com a aproximação com a Vila Maria, a Igreja passou a entender o processo de pesquisa e o respeito ao espectador”, diz França.

“Na verdade, sempre existiu um preconceito dos dois lados. Um acha que o Carnaval é o lugar do pecado, e o outro acha que a igreja é muito puritana”, analisa o padre João Batista.

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Vila Maria faz apresentação história no Santuário Nacional de Aparecida

Para receber a bênção, a Vila Maria também se comprometeu em seguir algumas regras, como não levar a cópia fiel da imagem para o desfile e não fazer menção ao sincretismo religioso. Por exemplo, nas religiões afro-brasileiras, a padroeira é Oxum, mas essa relação não poderá ser mostrada. Não poderão ainda fazer qualquer exaltação que não for à santa, seja ela política ou esportiva. Exemplo: “Vai, Corinthians” ou “Fora, Temer”.

A igreja pediu ainda que não fossem mencionados os atentados à santa. Em 1978, um jovem protestante de 19 anos, durante uma missa na basílica, a agrediu e a quebrou em mais de 200 pedaços. Outra agressão que não será citada é a do pastor da Igreja Universal do Reino de Deus que chutou a imagem durante um programa de televisão, em 1995. “Em vez disso, vamos falar dos restauradores, que reconstruíram a imagem original”, explica Marcelo Müller, professor de literatura e diretor de Carnaval da Vila Maria, responsável pela pesquisa do enredo.

Cláusula contra nudez

Outra recomendação da igreja foi que nudez e erotização fossem evitadas.  Para garantir que nada fugisse do combinado, o presidente da escola Adilson José de Souza pediu que todas as musas assinassem um termo de compromisso garantindo que não fariam alterações em suas fantasias. Ele afirma que a cláusula não tem a ver com o incidente ocorrido com a Unidos do Peruche em 2016, quando a modelo Ju Isen, proibida de desfilar com tapa-sexo com o rosto da ex-presidente Dilma Roussef, resolveu tirar a fantasia bem-comportada no meio do desfile. “Todas desfilam há muito tempo conosco e estão aceitando bem essa condição. Pensamos em quem vai confeccionar a fantasia”, diz. 

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Coordenador de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, o padre Tarcísio Marques Mesquista, que também é pároco da Igreja Nossa Senhora do Bom Parto, no Tatuapé, recebeu de Dom Odilo a missão de acompanhar de perto todo o desenvolvimento do enredo. De acordo com ele, as regras têm o intuito de respeitar a fé das pessoas. 

Todos os desenhos de fantasias e alegorias são aprovados tanto pela Arquidiocese de São Paulo quanto pelo Santuário Nacional. As interferências foram poucas.  “Fizemos poucas observações. Em algumas fantasias havia símbolos excessivos, muito terço, muita cruz. Pedimos para não exagerar nisso”, diz padre Tarcísio.

Outro “pitaco” foi no samba-enredo. O verso original da letra campeã dizia: “É lindo ver o povo te adorando”.  Os religiosos pediram para alterar para “venerando”. “Para nós, católicos, adorar é somente Deus. Todas as demais coisas sagradas, como santos e símbolos religiosos, nós veneramos”, explica o padre, que elogia a canção que será apresentada na avenida. “É um samba lindíssimo e a letra pode ser cantada na igreja, como acontece com Romaria e Nossa Senhora, de Roberto Carlos”, compara.

Procissão na avenida

No Anhembi, o desfile da Vila Maria está sendo preparado sob medida para emocionar. O presidente da escola, Adilson José de Souza, acredita em predestinação da escola para levar o tema ao Carnaval. “Somos uma escola muito religiosa, colonizados por portugueses. Acredito até que fomos escolhidos porque senão não teríamos condições de levar isso adiante”, diz o dirigente.

Uma prova da força de Nossa Senhora de Aparecida, exemplifica o presidente, foi na escolha da rainha de bateria. “Não conseguíamos escolher ninguém, quando nos demos conta que nesse enredo a única rainha é a nossa homenageada e, por isso, não teremos uma à frente da bateria”, explica Souza. A estrela maior à frente dos ritmistas será a madrinha Dani Bolina, que não vê problema em estar em segundo plano. “A protagonista é Nossa Senhora. Somos todos coadjuvantes”, diz a musa.

A religiosidade da escola impressionou os padres. “Na sala da diretoria, tem mais santos que na minha casa”, observou padre Tarcísio. “Descobri dentro da escola pessoas que participam da igreja ativamente, com espiritualidade fortalecida. Se havia algum preconceito meu, caiu ali. São pessoas que amam tanto Deus quanto eu”, diz padre João Batista, reitor do Santuário Nacional.

O desfile da Vila Maria será dividido em seis partes e poderá ser comparado a uma procissão. De acordo com o carnavalesco Sidnei França, o enredo tem um forte conteúdo histórico e começa com três pescadores lançando a rede no Rio Paraíba do Sul, na cidade de Guarantiguetá, onde a imagem foi encontrada.  Em seguida, será mostrada como a santa se propagou em todo país, por meio dos bandeirantes e dos tropeiros que a levavam nas viagens.

A imagem ganhou ainda mais devotos quando princesa Isabel, com dificuldade para engravidar, fez uma promessa por um filho e ofertou um manto à santa. E prometeu que se fosse atendida daria a coroa. Com a graça alcançada, Nossa Senhora foi coroada.

Os milagres da santa também serão retratados. “É um setor intimista, que mostra a simplicidade, que a fé não ostenta”, pontua Sidnei França. O desfile ainda vai passear pelas canções, cinema, televisão e mostrar como a imagem está presente na identidade do povo brasileiro.

Escola e igreja sabem que as críticas surgirão, mas acreditam no poder de emocionar do espetáculo. “Na internet, já há muitas críticas, mas vamos emocionar, educar e evangelizar”, diz o Marcelo Müller, diretor de Carnaval, lembrando que há 15 anos a escola faz uma romaria à Aparecida para apresentar o enredo.
“Acredito que será um Carnaval vitorioso, de integração, cultura e alegria. E ainda poderemos mostrar que religiosos podem ser normais, sem intolerância, exagero e exclusões”, acredita Padre Tarcísio.

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Dom Odilo responde a críticas à Igreja Católica por apoiar escola de samba

09/02/2017 - 18h41

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Jussara Soares Colaboração para o UOL, em São Paulo

O cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, rebateu críticas recebidas pela Igreja Católica pelo apoio à escola de samba Unidos de Vila Maria, que, neste Carnaval, fará uma homenagem aos 300 anos de Nossa Senhora de Aparecida. Em artigo publicado no jornal "O São Paulo", publicado pela arquidiocese, o religioso disse que quer desfazer dúvidas e temores sobre o desfile e ressaltou que o significado cultural da devoção à padroeira do Brasil é maior que a homenagem religiosa.

No texto, o arcebispo falou de sua devoção à santa e de como a escola aceitou todas as orientações e restrições da igreja para a homenagem, como a proibição da nudez e do sincretismo religioso. "Até o presente, não há motivos para pensar que a imagem de Maria seja profanada, nem que seja desrespeitada a fé dos católicos", argumentou.

Dom Odilo comentou ainda que a iniciativa no sambódromo pode parecer chocante para algumas pessoas, porque não seria o lugar mais adequado para exaltar a padroeira. "Até pode ser, pois tudo depende da intenção e da forma como as coisas são feitas. No caso em questão, a intenção é boa e a forma também. O lugar seria impróprio para honrar a puríssima Virgem Maria? Mas será que Maria não gostaria de chegar lá, onde mais se faz necessária a sua presença?", escreveu.

O cardeal argumentou que as missas são realizadas em praças, avenidas, cracolândias, onde acontecem injustiça, violência e prostituição. "Não foi para os pecadores que Jesus veio ao mundo? E sua Mãe Santíssima não iria com Ele a esses locais? E Jesus não entrou na casa de publicanos e pecadores, escandalizando fariseus e mestres da Lei? E não permitiu que uma mulher, conhecida de todos como pecadora, banhasse seus pés com as lágrimas, os beijasse e ungisse com perfume? E os católicos não poderiam honrar o nome de Deus, professar sua fé e prestar homenagem a Nossa Senhora também no sambódromo?", encerrou.

A Unidos de Vila Maria desfila no dia 24 de fevereiro, sexta-feira de Carnaval, no Anhembi. Para o desenvolvimento do enredo, a escola contou com a orientação e acompanhamento da Arquidiocese de São Paulo e do Santuário Nacional.

Leia na íntegra o artigo de Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo:

Nossa Senhora no Carnaval

Sou muito devoto da Mãe de Jesus, Nossa Senhora, invocada com carinho sob muitos títulos. Desde criança, aprendi a rezar o terço, a cantar à "Mãezinha do Céu" e a me consagrar a ela todos os dias. Com o povo católico, alegro-me pela comemoração dos 300 anos do achado da imagem sagrada da Mãe Aparecida e escrevi, recentemente, uma carta pastoral à Arquidiocese de São Paulo, com o título "Viva a Mãe de Deus e nossa", sobre o lugar de Maria no coração de Deus, de Jesus Cristo e da Igreja, não podendo estar ausente do coração dos cristãos. E fico triste cada vez que se desrespeita a Mãe de Jesus; é como se fosse destratada minha própria mãe.

Desejo, pois, desfazer dúvidas e temores a respeito da "homenagem a Nossa Senhora Aparecida" que a escola de samba "Unidos de Vila Maria" vai fazer no carnaval de 2017, em São Paulo. No dia 25 de março de 2015, fui procurado pelos representantes da citada escola de samba. Em vista do 3º centenário do encontro da imagem sagrada nas águas do rio Paraíba do Sul, achavam que seria a ocasião propícia para apresentar o tema de Aparecida num enredo do carnaval de 2017, como um tributo a Nossa Senhora Aparecida. Indaguei sobre o formato da proposta que apresentavam e, desde logo, procurei verificar se era algo sério, que não desrespeitasse minimamente a Mãe de Jesus, ou debochasse da fé do povo católico. Obtive todas a explicações que desejava e lhes informei que era necessário refletir e que a "autorização" pedida não dependia apenas do arcebispo de São Paulo. Eles, desde logo, se dispuseram a aceitar todas as orientações de nossa parte. Mais ainda: pediram uma supervisão, da parte da Igreja, para os preparativos da homenagem.

A questão foi levada ao conhecimento do Conselho Pro-Santuário Nacional de Aparecida, encarregado de acompanhar, em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a vida pastoral e administrativa do Santuário. Participam do Conselho, além do Arcebispo de Aparecida e do Presidente da CNBB, vários outros arcebispos do Brasil e também o Reitor da Basílica. O pedido da "Vila Maria" foi exposto na reunião de 27 de março de 2015. Levantaram-se várias questões e foram pedidos esclarecimentos, em vista de uma resposta à Escola Unidos de Vila Maria.

O Conselho, por unanimidade, deu parecer favorável à iniciativa, mas recomendou que fossem observados alguns critérios: 1. Respeito à imagem de Nossa Senhora Aparecida, à fé e à religiosidade do povo católico; 2. Fidelidade aos fatos históricos; 3. Apresentação da genuína piedade mariana católica, sem sincretismos; 4. Decoro no desfile da escola, sem exposição de nudez; 5. Supervisão dos preparativos pelo Santuário de Aparecida e pela Arquidiocese de São Paulo.

A agremiação aceitou sem reservas todos esses critérios. Os Diretores da "Unidos de Vila Maria" asseguraram que também eles são devotos de Nossa Senhora Aparecida e, longe de desrespeitarem a Mãe de Deus, eles lhe queriam tributar uma singela homenagem, em nome de todos os brasileiros. O Reitor do Santuário Nacional e representantes da Arquidiocese de São Paulo acompanharam a elaboração da proposta do desfile. Antes da confecção das alegorias, os projetos e a letra do samba-enredo foram mostrados e receberam sugestões. Por isso, até o presente, não há motivos para pensar que a imagem de Maria seja profanada, nem que seja desrespeitada a fé dos católicos. Na sede da "Unidos de Vila Maria" há um nicho com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, sempre com flores, e as pessoas rezam diante dela.

A apresentação consistirá numa série de alegorias, música e danças, narrando o encontro da imagem, o contexto histórico e social da época, as primeiras devoções e milagres, a relação da Princesa Isabel com Aparecida, oferecendo o manto e a coroa, a construção das duas basílicas, as romarias e o significado cultural da devoção a Nossa Senhora Aparecida. Trata-se de algo mais amplo do que uma homenagem religiosa.

Para alguns, a iniciativa pode parecer chocante, pois o carnaval e o sambódromo não seriam os locais mais adequados para homenagear Nossa Senhora. Até pode ser, pois tudo depende da intenção e da forma como as coisas são feitas. No caso em questão, a intenção é boa e a forma também. O lugar seria impróprio para honrar a puríssima Virgem Maria? Mas será que Maria não gostaria de chegar lá, onde mais se faz necessária a sua presença?

Pensemos bem: não rezamos a Santa Missa em praças, estádios e ginásios de esporte, onde tantas coisas pouco decorosas acontecem e são ditas? Não levamos nós o Santíssimo Sacramento para as praças e avenidas, onde acontecem injustiças e violência e prostituição? Para as cracolândias e outros locais, onde se profana a dignidade humana e o santo nome de Deus? Não foi para os pecadores que Jesus veio ao mundo? E sua Mãe Santíssima não iria com Ele a esses locais? E Jesus não entrou na casa de publicanos e pecadores, escandalizando fariseus e mestres da Lei? E não permitiu que uma mulher, conhecida de todos como pecadora, banhasse seus pés com as lágrimas, os beijasse e ungisse com perfume? E os católicos não poderiam honrar o nome de Deus, professar sua fé e prestar homenagem a Nossa Senhora também no sambódromo?

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

Artigo publicado no Jornal "O São Paulo", edição 3137 - De 08/02/2017 a 14/02/2017

Fonte: https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/carnaval-2017/2017/02/09/dom-odilo-responde-a-criticas-a-igreja-catolica-por-apoiar-escola-de-samba.htm

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O Carnaval e a colheita maldita

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Se em algum tempo ou lugar o carnaval já foi uma festa sadia, desde muito deixou de sê-lo.

O fato é que essa festa se tornou a expressão de uma sociedade paganizada que virou as costas para Deus e que, cegada pelas paixões acabou por exaltar e promover os vícios que a tem destruído.

Regada com abundante dinheiro de nossos impostos, essa festa diabólica, querida por muitos do povo, incentivada por políticos fanfarrões e abençoada por boa parte do clero que perdeu a clareza fé e o compromisso de conduzir o rebanho de Deus à salvação eterna, tem feito estragos sempre maiores na vida de muitas pessoas, famílias e na sociedade em geral.

A pretexto de se divertirem ou terem momentos de alegria, se manda às favas os valores e à saúde moral e mesmo física de nosso povo.

Colaboram nessa loucura muitos cristãos que compreendendo mal o conceito de alegria e de liberdade acabam por apoiar ou participar de um evento que leva ao pecado e à destruição de muitos. Estes bons moços que se dizem seguidores de Cristo, sempre alegam que o carnaval não é mal em si mesmo, basta não fazer nada de errado…basta participar como um cristão…que não é pecado se divertir…que Deus nos quer ver com alegria, etc, etc, etc…

Não é por acaso que no profeta Oséas(4,6) Deus diz: ”Meu povo se perde por falta de conhecimento.” A ignorância e o desprezo pela Palavra de Deus estão na raiz desse tipo de argumento por parte dos que se dizem cristãos. Mas a Palavra de Deus, em vários pontos é pródiga em condenar esse tipo de evento (Rom.1,29; 1Cor.6,9ss; Gal.5,19ss; 2Tim.3,1ss; etc…) e deixa claro que não entrará nos céus os que deles participam ou os promovem.

O carnaval promove toda espécie de vícios e pecados e é completamente incompatível com os ensinamentos de Cristo, que veio justamente para nos libertar do pecado e de sua consequência última que é o inferno.

O carnaval é o caminho mais curto para a condenação. É o jeitinho brasileiro que o diabo encontrou para levar muitas almas para o inferno. Nessa época, por meio desse evento o demônio faz uma grande colheita sob o olhar cúmplice dos pastores que não vigiam sobre seus rebanhos.

Mas porque mesmo o carnaval é tão mal? vejamos entre outras coisas:

1- Exalta e promove a nudez, pornografia, sexo livre, prostituição e adultério;

2- Promove e incentiva o consumo de álcool e drogas em geral, razão pela qual muitos se encorajam a fazerem muitas loucuras, que em circunstâncias normais não fariam;

3- Nos meses que se seguem após o carnaval o índice de aborto aumenta muito por conta dos que se prostituíram naquele evento;

4- Grande aumento de acidentes com considerável número de vítimas, por causa das bebidas e drogas;

5- Aumento da violência, brigas, assassinatos e estupros;

6- famílias que se desfazem ou entram em crise por causa dos adultérios e prostituição;

7- A disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, especialmente da AIDS(pois ao contrário da propaganda, os preservativos falham);

8- A disseminação de uma moral relativista que quebra ou enfraquece a resistência ao pecado e ao que é condenado pela Palavra de Deus.

Ainda que haja padres ou bispos que ”abençoem” sambódromos e por seu incentivo ou omissão, apoiem essa festa imunda, Deus jamais aprovará.

São João Maria Vianney, o Santo Cura D’ars, a pouco mais de 150 anos atrás dizia que ”não há um só mandamento que os bailes não transgridam”. Esse grande santo, modelo dos párocos, dizia ainda que ”os bailes eram a escola de todos os vícios, caminho certo para o inferno.”… O detalhe é que os bailes daquele tempo eram com violinos e as mulheres tinham longos vestidos…ele dizia também que ”quando alguém entra em um baile, seu anjo da guarda fica do lado de fora e quem o acompanha é uma espécie de ‘demônio da guarda’, e que aquele ambiente teria então tantos demônios quantos fossem os bailarinos”…o que ele diria então dos carnavais de hoje?…parafraseando o Pe. Marcelo Rossi creio que ele diria: ”Não sei o inferno subiu ou a terra desceu…só sei que está cheio de capeta naquele lugar…”.

É imoral que cristãos participem ou apoiem esse evento. É imoral que os governos patrocinem essa escola de vícios.

O conceito filosófico de alegria é: deleite de um bem honesto. Portanto, ainda que a pessoa não entre em nenhum vício, a sua simples participação nessa festa é uma forma de apoio um evento que arrasta milhões de pessoas a práticas pecaminosas e aos vícios condenados por Deus. Sendo assim, não se trata de uma diversão sadia ou de uma verdadeira alegria pois é uma satisfação obtida às custas da perda de muitos.

Quem participa do carnaval ou o apoia de alguma forma é cúmplice moral de tudo o que ali acontece e é promovido.

Pe. Rodrigo Maria,
escravo inútil da Santíssima Virgem

vídeo do Padre Rodrigo Maria

Fonte: http://www.padrerodrigomaria.com.br/o-carnaval-e-a-colheita-maldita/

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Nossa Senhora no Carnaval. Carta de uma Católica entristecida.

10/02/2017

Recebemos a missiva abaixo de nossa colaboradora Aline Castilho. Em 1940, Irmã Lúcia escreveu ao Cardeal Patriarca de Lisboa: “Em reparação e súplica por si e pelas outras nações, Nosso Senhor deseja que em Portugal sejam abolidas as festas profanas nos dias de carnaval e substituídas por orações e sacrifícios com preces públicas pelas ruas”. Se assim era na década de 40, o que pensa a Mãe de Deus das loucuras cometidas no carnaval de hoje, desgraçadamente chancelada pelos homens da Igreja? Rezemos em desagravo.

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Por Aline Castilho | FratresInUnum.com

Já ganhou as manchetes de todo o Brasil a notícia de que Nossa Senhora Aparecida será usada durante os desfiles de uma escola de samba no Carnaval de São Paulo em 2017.

Estou perplexa, triste, ao pensar que nossa mãezinha está exposta a tamanha profanação, e com o consentimento de nossa Igreja. Pedem para compreendermos, argumentam, rebaixam nosso sentimento religioso, mas não há como entender.

Como o mais alto símbolo da santidade no Brasil será jogado no mais baixo símbolo da vulgaridade, do pecado, da imoralidade, do sincretismo, da maior de todas as nossas vergonhas?…

Será que não percebem que o carnaval é a festa da depravação, que durante esses quatro dias milhares de pessoas morrem embriagadas, contaminam-se com doenças venéreas, roubam, matam, esquecem-se de Deus e da fé, destroem famílias e pervertem os nossos filhos?

Como colocar a Mãe de Jesus na festa máxima da usurpação da dignidade feminina, em que mulheres são expostas à cobiça como num grande açougue? Maria Santíssima não pode ocupar esse espaço! Isso agride a nossa fé, agride a nossa dignidade. E ainda colocarão uma dessas dançarinas paramentada de Nossa Senhora Aparecida!

Dizem por aí que Nosso Senhor esteve com os pecadores… Mas Ele esteve para convertê-los, para com amor lhes mostrar o seu pecado. Quando lhe perguntaram porque ele comia com os publicanos, ele respondeu que “não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes” (Mt 9,12). Cristo sabia que eram doentes e ia lá para sará-los.

No caso, ninguém estará naqueles carros alegóricos pregando contra o pecado e exortando alguém à penitência. Ali estarão legitimando aquele acontecimento horroroso, e usando a imagem de Nossa Senhora para referendá-lo, com o pretexto de homenageá-la pelos 300 anos de sua aparição.

O problema não é o lugar, se é o sambódromo ou a cracolândia. O problema é o que se fará ali. O desfile de uma escola de samba é muito diferente de uma procissão, ainda mais da procissão santíssima de Corpus Christi. Nem toda homenagem é honrosa, ainda mais quando é feita no contexto contrário daquilo que Nossa Senhora pede, que é a conversão. Fico pensando… Se esses padres tivessem que receber uma homenagem num prostíbulo será que aceitariam como ocasião de evangelizar? Por que querem submeter Nossa Senhora a essa vergonha?

Nós, católicos, estamos ofendidos por esse grave desrespeito à nossa Mãe Santíssima, estamos entristecidos pela cegueira de alguns de nossos pastores. Falta apenas agora sabermos se esses órgãos da Igreja vão lucrar dinheiro com isso e, pior, se ainda estarão padres desfilando na avenida, talvez até com batina, dando um péssimo escândalo para os fieis que procuram se manter em santidade, sobretudo os jovens, que lutam para abandonar as drogas, o álcool, o sexo desenfreado e todo tipo de desordem.

Não sei o que vocês farão, mas eu ficarei em minha casa, unida espiritualmente aos milhares de retiros organizados por todo o Brasil, e com a minha televisão desligada, rezando o rosário para que essa vergonha passe logo e cause pouco dano à alma de nossas famílias.

Um dia, um protestante quebrou a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Hoje são os nossos pastores que a estão jogando novamente na lama!

Deus tenha misericórdia do Brasil!
Nossa Senhora Aparecida nos perdoe.

Fonte:https://fratresinunum.com/2017/02/10/nossa-senhora-no-carnaval-carta-de-uma-catolica-entristecida/

Carnaval e a colheita ma




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