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28/11/2016
A Igreja da Nota de Rodapé versus a Igreja da Tradição

A Igreja da Nota de Rodapé versus a Igreja da Tradição

Tornou-se evidente que existem três distintas “igrejas” dentro da Igreja: A Igreja da Nota de Rodapé, a Igreja de João Paulo II e a Igreja da Tradição

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Christian Browne – OnePeterFive | Tradução Sensus fidei:

A semana passada ocasionou um sem número de reflexões sobre a situação da nação americana. Para muitos, a eleição de Donald Trump era inimaginável, e muitas das classes governantes do país são agora forçadas a confrontar a verdadeira natureza das divisões dentro da sociedade americana. O triunfo de Trump tornou impossível negar o profundo abismo que existe entre a opinião da elite, concentrada em apenas um punhado de pontos em todo o continente, e a forma como a maior parte do resto da nação percebe a atual condição da sociedade.

Há um fenômeno crescente e semelhante que está tomando conta da Igreja sob o Papa Francisco. Francisco pode ser confuso, até mesmo enigmático. Mas um olhar mais atento em suas ações demonstra que ele é, de fato, um velho com pressa, empurrando a Igreja em uma direção definitiva, apesar do fato de que algumas “elites” da Igreja se recusam a admitir a aparente agenda do Pontífice.

Para se ter ideia de sua pressa, basta apenas olhar para suas ações ao longo do último mês. Em 9 de outubro, o Vaticano anunciou que Francisco realizaria um consistório este mês para nomear 13 novos cardeais, alguns de suas amadas periferias distantes, tais como o remoto burgo de Chicago. No dia 29 de outubro, Francisco renovou substancialmente a composição da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Ficaram de fora os Cardeais Burke e Pell; entraram o Arcebispo Marini, a personificação viva da mentalidade que criou o Novus Ordo. Enquanto Cardeal Sarah permanece prefeito, seus novos colegas são muito menos propensos a endossar o seu chamado para uma “reforma da reforma.” Cardeal Sarah escreveu lindamente sobre a necessidade do silêncio na oração e na liturgia; A nova Congregação reconstituída por Francisco assegurará que Sarah tenha ampla oportunidade de permanecer em silêncio.

O Papa encerrou outubro com sua viagem a Lund, na Suécia, para iniciar a Celebração da Reforma, onde, mais uma vez, elogiou Martinho Lutero com a ridícula alegação de que Lutero “ajudou a dar maior centralidade à Sagrada Escritura na vida da igreja”.

Então, em 11 de novembro, vieram relatos das últimas reflexões do Santo Padre, incluindo comentários em que ele especulava sobre a estranha psicologia dos “jovens” ligados à Missa Tradicional, a quem aparentemente ele considera abrigando uma “atitude rígida”. Ele se refere à “reforma da reforma” como um “erro”.

Estas observações provocaram uma reação “Trumpiana”. Sites tradicionalistas e páginas do Facebook foram inundados com comentários de raiva e frustração. Um post comum no Facebook apresenta uma foto do Cardeal Burke com o simples slogan “Burke para Papa” escrito por todo o cabeçalho da página. Outro post mostra o barrete cardinalício estampado com as palavras “Fac iterum vaticanum magnum” – Faça o Vaticano Grande novamente.

Então, naturalmente, veio a notícia um tanto chocante dos esforços dos quatro cardeais suplicando um esclarecimento do Papa quanto a interpretação correta da controversa exortação Amoris Laetita. O movimento do Cardeal Burke e de seus confrades é o sinal mais evidente, no entanto, de crescentes e substanciais divisões na hierarquia e marca o início do que pode se tornar uma resistência ativa aos planos do Sumo Pontífice para a Igreja.

Assim como gastamos um tempo considerável, refletindo sobre o estado dividido dos assuntos cívicos, parece um bom momento para olhar com honestidade o estado da vida eclesial. Pois, à medida que o reinado cada vez mais frenético de Francisco se desenvolve, as divisões dentro da Igreja estão emergindo em acentuado relevo. Tornou-se evidente que existem três distintas “igrejas” dentro da Igreja.

A Igreja da Nota de Rodapé

Em um nível existe agora a Igreja da Nota de Rodapé, composta principalmente de altos prelados e acadêmicos liberais comprometidos com a agenda do Papa. Aqui encontramos personalidades como o cardeal Kasper, o fantasma hostil do espírito do Vaticano II, que passam seu tempo explicando o significado da infame nota do Papa em Amoris Laetitia, oferecendo todo o tipo de filosofia esotérica para explicar, quando, como e por que pessoas casadas que vivem com pessoas que não sejam seus cônjuges podem, sob certas condições, ou, talvez, em qualquer circunstância, recebam licitamente a Sagrada Comunhão.

Embora os Notas de Rodapé tenham atualmente significativo poder em Roma e em outros alcances da hierarquia, seus objetivos essenciais são contestados com ironia e irrelevância. É irônico que os fiéis da Igreja da Nota de Rodapé com seu estilo próprio de pastores misericordiosos, envolvem-se em elucubrações teológicas mais obscuras que qualquer escolástico medieval, para justificar a base doutrinal de seu programa “pastoral”. Mais importante ainda, apesar de suas ilusões em contrário, o foco dos Notas de Rodapé tem uma relevância limitada para qualquer pessoa que não esteja imersa em suas maquinações acadêmicas. Na verdade, antes que o Papa Francisco formulasse o ensino único e um tanto obscuro sobre a Comunhão para pessoas em estado de adultério como assunto mais urgente enfrentado pela cristandade, precisamente ninguém, exceto o Cardeal Kasper, estava se preocupando com isso.

No entanto, os Notas de Rodapé parecem acreditar que uma espécie de estratégia de relações públicas teológica destina-se a aquecer a imagem da Igreja que irá redespertar o seu imaginado Novo Pentecostes, depois que João Paulo II e Bento XVI expulsaram a Pomba descendente. Ansiosos por agradar, eles não se preocupam com o fato de que a Igreja tenha pouca influência sobre os costumes gerais da sociedade moderna e eles até mesmo indicam que desejam abraçar ideologias populares que são antitéticas à doutrina moral estabelecida da Igreja.

Os alcances mais elevados da Igreja da Nota de Rodapé também são consumidos por uma mania de ecumenismo. É pouco apreciado que o ecumenismo tenha sido uma fixação dos “reformadores” do pós-Concílio, que usaram a noção de unidade cristã como razão para participar da Protestanização da Igreja. Assim, temos o elogio do Papa Francisco a Lutero em antecipação ao 500º aniversário do início da revolta em Wittenberg e a contínua evidência de uma visão da própria Missa como um obstáculo em si mesma para a unidade cristã.

Com efeito, quando planejava a Celebração da Reforma em Lund, o próprio Papa inicialmente não queria celebrar a Missa a fim de manter o caráter ecumênico da visita. (Ele mudou de ideia depois de protestos de católicos suecos). A rejeição, durante o verão, contra a proposta de adoração ad orientem do Cardeal Sarah e o expurgo da Congregação para o Culto Divino para proteger o status quo da abordagem dos anos 70 para o Novus Ordo, provavelmente também são levados adiante, em algum grau, por considerações ecumênicas.

A Igreja da Nota de Rodapé, finalmente, propõe uma Igreja humanista que possa reivindicar uma sinecura confortável na economia da modernidade, pregação de “justiça social”, mas não o Credo, proclamando um Evangelho universalista, não julgador, que atenda as preocupações políticas e ideológicas modernas, onde a reciclagem é uma obra corporal de misericórdia e todos são “bem-vindos” e “confirmados”, onde se fala muito de misericórdia, pouco de pecado e nada de doutrina.

A Igreja de João Paulo II

A Igreja da Nota de Rodapé tem o seu maior impacto sobre a Igreja de João Paulo II. A Igreja de JPII é povoada por certos clérigos e intelectuais que continuam o trabalho do falecido Santo Padre lutando, principalmente, contra a Revolução Sexual. Estes são os chamados católicos “conservadores” que são vistos como “guerreiros sociais” – anti-aborto, pró-casamento, horrorizados com a “ideologia de gênero”.

A Igreja de JPII surgiu nos anos 80 e 90. Tem muitos adeptos entre os bispos americanos, que por duas gerações viram sua tarefa como líder da resistência conservadora contra o licenciamento do aborto e os “ataques à família”.

Antes da eleição de Francisco há apenas quatro anos, a Igreja de JPII foi a expressão predominante do Catolicismo nos Estados Unidos. A Igreja de JPII se orgulhava justamente de conter a loucura pós-conciliar, que trouxe tanta ruína à Igreja ao longo da década de 70. Nos ensinamentos morais da Igreja de JPII sobre a sexualidade e a família, os fiéis de JPII traçaram uma linha firme e procuraram reevangelizar a sociedade nessas frentes.

Então, por ocasião da morte de João Paulo II em 2005, as multidões gritaram, Santo subito! Seu legado enquadraria o trabalho da Igreja no século XXI. A Igreja de JPII chegou ao seu apogeu com a eleição daquele que fora sua mão direita, Ratzinger, que, ao que parecia, poderia levar a Igreja de JPII e, finalmente, casá-la com o seu maior elemento perdido: a Liturgia Tradicional.

Depois, claro, veio a renúncia de Bento e a ascensão de Francisco. Agora, diz-se que o bispo modelo não é mais o homem da Igreja de JPII, que continua lutando contra o aborto e a redefinição do casamento, mas, sim, o homem “pastoral”, que não é um “guerreiro da cultura”. Olá, Cardeal eleito Cupich.

Embora não haja dúvida de que a Igreja de JPII obteve muitos resultados salutares, o sutil desmantelamento de Francisco do projeto não deve vir como uma surpresa. A Igreja de JPII repousava sobre bases precárias. Embora o próprio João Paulo tenha evidenciado, especialmente na última fase de seu reinado, um crescente reconhecimento dos problemas enraizados na devastação da liturgia, que se seguiu à promulgação do novo missal, o católico mediano continuou a experimentar regularmente as novidades pós-conciliares e seus abusos. Independentemente das exortações e dos escrúpulos pessoais de João Paulo II, a Comunhão na mão e em pé, os “ministros da Eucaristia”, os “diáconos permanentes” e os hinos “Um Pão, Um Só Corpo”, estão dominados em quase todas as dioceses e cada paróquia do Ocidente.

Assim, na prática, a Igreja da era JPII aceitou a maioria dos piores aspectos da implementação do Novus Ordo. Dessa realidade, a Igreja de JPII começou a incentivar as pessoas para a volta das relações sexuais e familiares tradicionais. Este foi um esforço nobre, mas o raciocínio estilo-filosófico não era páreo para a ideologia individualista que marcou a modernidade com crescente ferocidade desde que Lutero proclamou o Sacerdócio de Todos os Fiéis.

Sem fiéis devidamente catequizados, alimentados pelos sacramentos e imbuídos do puro Evangelho, a Igreja de JPII ficou ultrapassada e em grande parte mal sucedida. O comparecimento à Missa continuou a declinar; especialmente entre as gerações mais jovens, a coabitação e a união de casais do mesmo sexo, considerados como casamento, foram aceitos como perfeitamente normais e apropriados. Muitos católicos, mesmo aqueles que frequentam a Missa, revoltam-se com a noção de que a Igreja possa “dizer-lhes o que fazer” e sentem que ela deve permanecer totalmente fora de assuntos políticos.

Devido à ênfase sobre assuntos sexuais e questões com implicações políticas, os fiéis da Igreja de JPII foram pintados como moralizadores de linha dura, impedindo a Igreja de efetivamente alcançar o mundo moderno. A misericórdia da Igreja da Nota de Rodapé, com seu diálogo e sua apatia em relação a doutrina, é o antídoto para a Igreja de JPII. A ascensão dos Notas de Rodapé deixou a Igreja de JPII em um estado de confusão, insegura em como continuar o seu modelo ante a recém ascendente “abordagem pastoral”.

A Igreja da Tradição

Na sexta-feira, 21 de outubro de 2016, um jovem pároco celebrou a primeira Missa Solene na Catedral da Diocese de Rockville Centre (Long Island) depois de mais de 50 anos. Ele foi assistido por dois outros jovens sacerdotes de paróquias vizinhas que atuaram como diácono e subdiácono da Missa. A idade média dos acólitos era em torno de 30 anos.

A Missa foi organizada por uma pequena confederação informal de leigos e clérigos, atuando através do capítulo local dos Cavaleiros de Malta e uma incipiente organização dedicada à promoção da Missa tradicional conhecida como Sociedade Sursum Corda. O bispo deu sua gentil permissão, assim como o reitor da catedral.

Um talentoso coral cantou a Missa de Byrd para Quatro Vozes. Coroinhas masculinos, com idades na faixa de idade de colegiais e universitários, serviram sob a direção de um mestre especialista em cerimônias. Uma meia dúzia de sacerdotes atenderam in choro. A alegria dos fiéis auxiliando na celebração era palpável.

Isto, em miniatura, é a Igreja da Tradição. Não é organizada de cima para baixo – na verdade, tem poucos amigos verdadeiros entre a hierarquia e menos ainda entre os burocratas eclesiais profissionais que trabalham em chancelarias e escritórios paroquiais. Pelo contrário, a Igreja da Tradição é mantida viva pelos esforços de leigos e clérigos discretamente dedicados – em sua maioria clérigos mais jovens sem um ponto de púrpura em suas batinas ou barretes.

A Igreja da Tradição tem lutado em efetivo exílio desde, talvez, o início da segunda sessão do Concílio Vaticano. Era um pequeno remanescente nas décadas de 70 e 80, mas que se manteve praticamente sem nenhuma sanção eclesial. Para seu grande crédito, em 1988, João Paulo II estabeleceu a Ecclesia Dei e indicou um aquecimento em direção à Missa Tradicional. Nesse mesmo ano, JPII deu sua sanção à formação da Sociedade Sacerdotal de São Pedro, permitindo-lhe agir exclusivamente de acordo com os livros litúrgicos de 1962.

Então, é claro, o Papa Bento XVI, no ato mais abrangente de seu reinado demasiado breve, promulgou o Summorum Pontificum. Como resultado, enquanto a Forma Extraordinária ainda é bastante fora do comum, a liturgia tradicional tem arranhado seu caminho de volta para o limite da vida católica corrente.

A Igreja da Tradição está fundamentada numa imersão na vida sacramental da Igreja, em particular, evidentemente, no amor à Missa tradicional. Como tal, não se concentra em nenhuma área específica da Igreja docente ou algum dogma específico, mas, em vez disso, procura aceitar todo o depósito da Fé transmitido através dos tempos com obediência filial.

A Igreja da Tradição não está interessada em nenhuma diluição da doutrina, nem em tentativas pouco convincentes cotidianas, ou mesmo absurdas, de modernizar o Evangelho em um esforço frenético que apela à época presente. Por isso, rejeita ou ignora os trabalhos dos Kasperianos e se escandaliza quando o Papa propõe, como fez em Lund, uma reafirmação contemporânea das bem-aventuranças.

Ao mesmo tempo, a Igreja da Tradição não é definida por ensinamentos sobre moralidade sexual. Embora ela não seja consumida por estas “palavras duras”, atraindo o povo para a Sagrada Liturgia, a Igreja da Tradição oferece um caminho em direção à conversão espiritual que deve proceder a conversão intelectual sobre estas questões.

Assim, a Igreja da Tradição procura construir uma vida espiritual sobre a rocha do patrimônio da Igreja, em vez de querer firmar-se sobre a cambiante areia movediça de modismos pós-conciliares, juntamente com um código de ética sexual.

Tanto a Igreja da Nota de Rodapé como a Igreja de JPII têm se unido há muito tempo em desconsiderar a Igreja da Tradição como um bando irrelevante de excêntricos. A preocupação com a liturgia tem sido denegrida como uma obsessão por gostos estéticos, como parte de uma “guerra litúrgica” destituída de sentido, para a qual os Tradicionalistas são instruídos a seguir em frente.

Apegados aos seus pressupostos sobre a sabedoria e a permanência das formas do pós-Concílio, os Notas de Rodapé e os seguidores de JPII têm sido cegos ao fato de que, na verdade, a Igreja da Tradição oferece um meio para ambos alcançar seus objetivos legítimos.

É a Igreja da Tradição que pode integrar a louvável ênfase dos Notas de Rodapé na misericórdia – o sacrifício de Cristo crucificado para a redenção do homem – e as preocupações morais de JPII, pois é um povo nutrido pelos sacramentos e imbuído de uma piedosa devoção à Igreja em toda a sua plenitude, que aceitará e buscará a luta pela santidade na vida diária, na família e em praça pública.

***

As divisões na Igreja são sutis, mas são rígidas, e elas estão se tornando cada vez mais evidentes. Não há dúvida de que a Igreja da Tradição vê a Igreja da Nota de Rodapé um grupo de elites antiquadas, decidido a derrubar o sagrado para agradar gostos modernos. A Igreja da Tradição rejeita veementemente o projeto dos Nota de Rodapé, tanto em termos teológicos como práticos, como um fracasso. Há uma marcada repugnância dos prelados que estão reforçando a agenda anti-tradição – daí o movimento Fac iterum vaticanum magnum dos simples fiéis leigos contra os príncipes reinantes.

A Igreja de JPII situa-se no meio. Os membros que pertencem às gerações imediatas ao pós-Concílio desconfiam da Igreja da Tradição. Para eles, ironicamente, as formas do Missal de 1969 formam uma espécie de tradição intocável que se recusam a reexaminar. No entanto, a Igreja de JPII também vê que os Notas de Rodapé irão diminuir enormemente o trabalho de reconstrução da Igreja para a qual João Paulo os comprometeu e jogaria fora todos os sacrifícios que fizeram para defender publicamente a sabedoria e o caráter vinculativo dos ensinamentos da Igreja.

Eventualmente, na Providência de Deus, a longa crise do período pós-Concílio terminará. Uma dessas “igrejas” emergirá como a expressão dominante da Fé Católica no século XXI. Será a única, eu rezo, que conciliará a Igreja com a idade moderna – por não sucumbir a ela, mas conduzi-la como a última, grande e impenetrável barca do Cristianismo, navegando sempre adiante, guiada por suas estrelas fixas, sempre antiga e sempre nova.

Publicado originalmente: OnePeterFive – The Church of the Footnote vs. The Church of Tradition

Fonte>http://www.sensusfidei.com.br/2016/11/27/a-igreja-da-nota-de-rodape-vs-a-igreja-da-tradicao/#.WDv6s30wDt9




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