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21/04/2016
FÁTUO É UM IMPEACHMENT QUE NÃO VARRE DESDE O FUNDO

FÁTUO É UM IMPEACHMENT QUE NÃO VARRE DESDE O FUNDO

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Arai Daniele

No ano passado escrevi aqui sobre esse «impeachement» que hoje está, para nós brasileiros, ligado à figura deplorável da “presidenta” Dilma Rousseff e seu governo. Mas muitos estão conscientes de que quando ela cair os problemas de fundo não serão por isto resolvidos, é o que repete justamente, entre outros, o Olavo de Carvalho. Mas o que eu digo é ser necessário ir ao nó real do problema, se não para resolve-lo, o que se revela ilusório no presente, para entender e reagir às graves falsidades e ilusões do mundo em que vivemos e não só no Brasil.

Para voltar à situação concreta torno a citar o ainda atual editorial do mais prestigioso jornal de economia britânico «Financial Times». Este publicou no ano passado um editorial no qual já questionava a ideia do impeachment de Dilma Rousseff pedido nos protestos crescentes. “Mesmo que a senhora seja removida, é provável que outro político medíocre a substitua — e depois tente implementar a mesma estabilização econômica dela”. A publicação resumiu a razão por que a presidente caiu no desgosto da população e tem o índice de aprovação mais baixo da história recente:  foi o escândalo de corrupção na Petrobras, deflagrado pela  Operação Lava Jato, economia em recessão pelo menos até 2016, real desvalorizado, inflação duas vezes acima da meta, confiança de investidores em baixa, desemprego crescente. “Não é surpresa que tenha havido protestos de massa por todo o Brasil porque queiram o impeachment da senhora. “Mas isso devia acontecer? Faria alguma diferença se acontecesse?”

O FT citou o que podia acontecer e já aconteceu: que mais de dois terços do Congresso o apoiaram, embora sejam políticos também acusados de corrupção. Mesmo o ex-presidente Lula, “um dos políticos antes mais populares do mundo, foi indiciado com denúncias de corrupção. E, neste contexto, os mais alegres são os caciques do PSDB, vendo Dilma e seu governo deteriorar-se para as eleições presidenciais de 2018”.

O problema é outro, vai muito além: vai à mentalidade inoculada no povo brasileiro, outrora o mais católico do Mundo, mas que hoje demonstra tendência à vida pagã. Neste sentido meu artigo anterior cita uma entrevista ao ex Ministro Carlos Augusto Ayres De Freitas Britto, um influente aposentado do Supremo Tribunal Federal, onde guiou o julgamento do mensalão, o maior caso de corrupção da história recente do País. Três anos depois ele fala do cenário político brasileiro ao «Correio» em quase duas horas de entrevista. Para esse juiz o AP 470 (mensalão) “foi um marco, uma virada de página política e penal… Pela primeira vez… três procuradores-gerais denunciaram 40 pessoas, todas situadas nos patamares mais elevados da pirâmide social, até banqueiros, 25 foram condenados e presos… tudo está na Constituição. É isso que me alenta, que realmente temos um patrimônio material e objetivo, que é nosso atestado de povo civilizado”.

Sim, mas como explicar então que o Brasil chegou a esse patamar de corrupção com um governo populista, dito trabalhista, que pactua com outros para a socialização forçada, através do democratismo demagógico de cunho cubano? Onde está isto nessa “Constituição que o STF aplicou, com toda técnica e isenção, atuando como um tribunal judiciário e não como um tribunal político, de exceção?”

O mesmo juiz confirma que o mensalão não foi nada, comparado ao petrolão do ponto de vista do assalto ao erário. Mas esse juiz também era do PT, portanto é tardio que como «ex» confesse seu desalento ao “perceber que a corrupção no Brasil é sistêmica, é atávica, impressionante”, sim, mas máxima sob o PT. Quanto ao impeachment: “Acho que só cabe para os atos apurados no curso do mandato atual… ela só responde por crime de responsabilidade, ensejador do impeachment, se ela cometer um daqueles crimes arrolados pelo artigo 85 no atual mandato.” Parece não importar que ela está com três processos na Justiça Eleitoral, por causa da campanha para este mandato … “não é crime de responsabilidade. É crime eleitoral”!

Um dos votos mais famosos desse juiz foi para o julgamento que reconheceu as uniões homoafetivas. Portanto o jornalista pergunta: Hoje, está forte no Congresso um lobby pela retirada de direitos da população LGBT. Como ele analisa esse movimento conservador? “Vejo com maus olhos. Mas eles (os conservadores) vão nadar e morrer na praia, porque a liberdade sexual faz parte da autonomia de vontade do indivíduo, é cláusula pétrea. Qualquer adulto tem a liberdade de se relacionar sexualmente com quem quiser.” Seria o direito a toda liberdade sexual «cláusula pétrea» e o ex-ministro Carlos Augusto Ayres De Britto por uma revolução sexual sem limites? Aposentado do Supremo Tribunal Federal, ele foi mestre e doutor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo com tais ideias? Em 1990, foi candidato a deputado federal pelo PT, porém não foi eleito. Em 2003, foi nomeado pelo presidente Lula para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, e presidiu o Tribunal Superior Eleitoral no período de 6 de maio de 2008 a 22 de abril de 2010. Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes em 2009. Foi eleito presidente do STF em 14 de março de 2012, com posse no cargo em 19 de abril, onde permaneceu até 18 de novembro de 2012, completou 70 anos e foi compulsoriamente aposentado. É poeta e autor da obra jurídicas – «O humanismo como categoria constitucional». Quem seria o «mestre» desse juiz?  “Aprendi a meditar há 20 e tantos anos com um guru, o Osho, um indiano. Eu o tenho como um iluminado.

Tudo que eu leio dele, já li uns 30 livros, tem qualidade literária, é prosa poética o tempo todo de conteúdo, de sapiência… sou vegetariano e acho uma maravilha. Gurus e iluminados se entendem de dieta para sublimar a poesia dessa vida.”  Não nega ter juízos influenciados pelo sentimento de «carpe diem» de Anacreonte. Aprecia Chico, Caetano, compõe e toca viola. Não por acaso, em suas sentenças e despachos é comum recorrer a autores da música popular, para aproveitar dessas letras para fundamentar ou ilustrar seus votos.

Eis um iluminado da modernização do Brasil, que alinha com as campanhas do Globo e é prêmio «Faz Diferença» desse  jornal. Como ministro do STF teve atuação relevante em questões sensíveis, desde o debate acerca da constitucionalidade das pesquisas com células-tronco embrionárias, à demarcação da reserva indígena da Raposa Serra do Sol. Assim, esse Ministro do STF, ex PT, só pode abonar a “personalidade moral” de Dilma, ex guerrilheira, que hoje chefia as Forças armadas, para ordenar que evacuem fazendeiros da Amazônia, a fim de «restituir» a terra à tribos indígenas.

Até agora, as gloriosas forças armadas brasileiras, no respeito de seus generais pela ordem constitucional, mantêm-se em atitude de observação. E não podia ser diferente  num mundo hoje «vacinado» contra qualquer ideia de golpe militar; seria preferível o caos à existência de outra «autoridade» que não seja democratista!

Ficará tudo como dantes no quartel de Abrantes? Sim, na trama urdida pelo PT e mesmo se o Poder judiciário conseguir atuar com «mão de ferro» contra os corruptos.

Ora, quem me lê sabe que eu ponho sempre em primeiro plano a questão religiosa, da qual toda outra depende e contra a qual opera a verdadeira corrupção mental e moral. Aqui aplico ao caso dilma a relação de causa-efeito na ordem natural das sociedades, desde o «democratismo» populista organizado pelo Foro de São Paulo com a «teologia da libertação» (TL) e o apoio da igreja conciliar, até a tomada do poder por via popular em chave religiosa. Logo a sequência causal da TL e das comunidades eclesiais de base até o PT do Lula, para chegar à total socialização dos povos da América Latina, vem da prévia «revolução cultural» do Vaticano 2. O padre intelectual e guerrilheiro Camilo Torres, que se fazia acompanhar de uma metralhadora, dizia estar autorizado nisso pela plano de abertura ao comunismo de João 23 na «Pacem in terris».

Como já estamos vivendo em pleno esse plano, que o P. Paulo Ricardo explica bem, classificando-o de total idiotificação dos povos segundo o velho sistema gramsciano, e como é óbvia a sua identificação com o almejado pelas comunidades eclesiais de base e a TL, até o PT do Lula, resta a causa inicial, que o padre não diz: do Vaticano 2. Não é este a causa da «revolução cultural» no clero, seja na ordem cronológica como na operativa, da qual hoje o mesmo Lula pode se vangloriar sem papas na língua? Não foram o cardeal Evaristo Arns e don Helder Câmara os grandes promotores do plano revolucionário mencionado, hoje subscrito por grande parte dos bispos da CNBB?

Para responder sobre o que era essencialmente o plano de aculturação revolucionária basta seguir a situação presente, pois tal plano já foi há anos realizado nos governos de Lula e Dilma no Brasil, Hugo Chaves e Maduro na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, para citar os mais vistosos. É a revolução iniciada por infiltrações culturais que vão além da política, porque ilude os povos com a utopia de um paraíso social; isto é, de aspirações que reluzem com aparência de fé, esperança e caridade religiosas.

É conhecido o fato que o motor do processo foi o Foro de São Paulo que, através da «teologia da libertação» (TL), deu autoridade a revolucionários «culturais» tipo frei Beto. Estes, almejam alguma democracia ou desta se servem para ter poder?

Neste sentido há que ouvir Pio XII, que distinguia «duas democracias» de valores opostos, sendo aquela aberrante, sob a lente da ordem cristã, o tal democratismo. Disso tratou Jean Madiran, que a propósito segue Charles Maurras, o qual a vê o governo democrático como causa das crises revolucionárias da modernidade: «La démocratie c’est le mal, la démocratie c’est la mort». O escritor católico francês Jean Madiran, citando os Papas, descreveu as «duas democracias»: Uma é a democracia moderna, nascida da convulsão revolucionária de 1789, que tornou a vontade do homem ídolo para ser o padrão único de legitimidade política nas constituições dos estados. Vontade esta sem limites que se lhe possam opor, porque os limites de liberdades (sexuais) constitucionais são suscetíveis de revisão sob essa mesma vontade ilimitada, que assim constitui efetiva ditadura do relativismo ético-moral opressor da verdade. Tudo para submeter os que põem a Verdade em primeiro lugar e a tal «direito» não se submetem. Seguiram nos últimos duzentos anos a perseguição revolucionária ao Cristianismo e ao seu culto a Deus, que se fez Verdade encarnada.

Um conhecido escritor acadêmico francês, Emile Faguet, pensou de classificar as formas de governo social como cultos. Por exemplo, para a monarquia seria o culto predominante da honra’, enquanto que as democracias – no título: «Le culte de l’incompétence»,  se apoiariam no culto pela liberdade de não responder a superiores, na irresponsabilidade e confusão do poder popular, na abissal oposição ao culto do Cristianismo, cuja honra está na defesa da vida e do bem do próximo, especialmente dos mais fracos e necessitados, tudo à imagem do Sacrifício de Jesus Cristo.

Com o Vaticano 2 veio o “culto do cristão adulto”, – culto do homem livre promovido pelos «papas conciliares» (v. Discurso de Paulo 6 no fim do Vaticano 2). O fato é que desde então, prevaleceu um culto centrado num hedonismo de satisfação pessoal e sentimentalismo ecumenista, aberto a toda crença para detrimento da Verdade.

Eis o culto inspirado por uma «teologia libertária» que propõe às consciências a adoração da obra humana e de suas constituições efêmeras, Como se o homem na sua consciência não aspirasse acima de tudo à verdade sobre o sentido e o fim último de sua vida terrena, que a má política despreza e persegue com suas visões de paraísos comunistas» cubanos, almejados pelos Lulas, Maduros, Dilmas, etc.

O que é o democratismo senão essa democracia que leva à alteração «legal» da ordem familiar, com o divórcio, o «casamento gay» e suas adoções»; que é a democracia que hoje promove o massacre de milhões de bebês na barriga de suas mães; democracia internacional responsável pela passividade de povos  diante da sistemática invasão migratória em países já afetados pelo desemprego. Ele é promotor da mentalidade que admite alterar a própria identidade étnica, religiosa e cultural a favor de uma homogeneização favorável a um domínio mundial.

Em suma, é o regime político no qual tem direito de cidadania qualquer monstruosidade porque o governo é posto ao alcance e entregue aos que impõem a própria mentalidade criminosa. Não foi o caso de Hitler? Hoje é de guerrilheiras mentais ou imorais com poder assente em pactos e compromissos até com o diabo. E este acaba por dirigir toda corrupção e destruição, na passividade de povos cada vez mais democraticamente degradados. Na religião, revela-se no pérfido «democratismo ecumenista» conciliar. Sim, porque não há «revolução cultural» mais terrificante na sua tortuosidade visceral do que a da nova ordem anticristã. Se é verdade que o democratismo é a morte, esta hoje demonstra-se atroz morte lenta!

A única sobrevivência, também civil e cultural é voltar à Ordem cristã posta como prioridade, também política. Mas posto que esse retorno é impossível sem um chefe universal que represente Nosso Senhor Jesus Cristo no mundo, as consciências devem testemunhar a necessidade em primeiro lugar do retorno do Papa católico. Enquanto simulacros papais como Bergoglio forem aceitos como vigários do poder divino na terra, diante de tal blasfêmia nenhuma solução é possível. De fato na contrafação da autoridade apostólica reside o nó invisível que dá poder aos foros subversivos dos Castro e Lulas sobre a vida política dos povos.

Daí a certeza que falta, para a eficácia do ansiado «impeachment» de qualquer governo como o da Dilma, reconhecer que este só serve se enfrenta a desordem universal que vem de cima, da Roma conciliar, de onde parte a suma corrupção que suplanta qualquer Petrobrás; é a da teologia do direito a se libertar da Verdade! Se Bergoglio exalta o Alcorão e ajuda os islamitas, o que não fará Dilma para abrir as portas do Brasil a eles angariando votos e investimentos dos seus petroleiros?

Dizer fátuo o impeachment que não varre desde o fundo pode parecer ideia abstrata, mas é a tremenda conclusão que segue a decadente realidade da corrupção que se vive, decorrente do abandono da verdadeira ação humana e portanto social para o bem. Esta ação depende de como se pensa e o bem pensar deriva do como se crê. No sentido oposto, se crê como se pensa e se pensa como apraz a vida… é o «carpe diem» que se alastra no domínio da incultura brasileira: na descida para os piores abismos, já neste pobre mundo!

Fonte:https://promariana.wordpress.com/2016/04/20/fatuo-e-um-impeachment-que-nao-varre-desde-o-fundo/




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