Sinais do Reino


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20/11/2014
“E TODAS AS SOMBRAS RESPONDERAM A UMA SÓ VOZ: CRISTO VENCEU; MALDITO SEJA!”


“E TODAS AS SOMBRAS RESPONDERAM A UMA SÓ VOZ: CRISTO VENCEU; MALDITO SEJA!”

 19 de novembro de 2014

 

Vi, através de uma neblina cinza e espessa, como se vê sobre a terra na hora do crepúsculo, uma planície nua, deserta e gélida.

No meio dela se levantava um rochedo de onde caia, gota após gota, uma água escura, e o ruído fraco das gotas que caiam era o único barulho que se ouvia.

E sete trilhas, após terem serpenteado pela planície, culminavam no rochedo, e próximo dele, na entrada de cada uma, havia uma pedra coberta com algo úmido e verde, igual à baba de um réptil.

E eis que, sobre uma das trilhas, percebo como que uma sombra se movendo lentamente; e, pouco a pouco, com a sombra se aproximando, distingui, não um homem, mas a semelhança de um homem.

E no lugar do coração dessa forma humana havia um mancha de sangue. E ela se sentou sobre a pedra úmida e verde, e seus membros tremiam, e com a cabeça pendida, ela se abraçava, como para manter um resto de calor.

E em cada uma das seis outras trilhas, seis outras sombras chegaram sucessivamente ao pé do rochedo.

E cada uma delas, tremendo e se abraçando, se sentava sobre a pedra úmida e verde.

E elas ficaram lá silenciosas e curvadas sob o peso de uma incompreensível angústia.

E seu silêncio durou por muito tempo, não sei quanto; pois o sol nunca nascia sobre essa planície; aí não se conhecia nem a noite, nem a manhã. Apenas as gotas de água escura mediam, ao cair, uma duração monótona, obscura, pesada, eterna.

E isso era tão horrível de se ver que, se Deus não tivesse me fortalecido, não teria podido ficar olhando.

E depois de um tipo de tremor convulsivo, uma das sombras, levantando sua cabeça, soltou um som igual ao som rouco e seco do vento que passa por um esqueleto.

E a sombra falou ao meu ouvido:

Cristo venceu; maldito seja!

E as seis outras sombras tremeram, e com todas juntas levantando a cabeça, a mesma blasfêmia saiu de dentro delas:

Cristo venceu; maldito seja!

E imediatamente elas foram tomadas por um tremor ainda mais forte, a neblina se dissipou e, durante um instante, a água escura parou de correr.

E as sete sombras tinham novamente se curvado sob o peso de sua angústia secreta, e houve um segundo silêncio maios longo que o primeiro.

Em seguida, uma delas, sem se levantar de sua pedra, imóvel e curvada, disse às demais:

- Do que têm nos servido as nossas tramas e conselhos? Queríamos acorrentar os homens em nome da liberdade; mas os homens perceberam e afastaram a liberdade.

- E outra retomou: Queríamos enganar o mundo, sob o pretexto de enriquecê-lo com a ciência, e fomos traídos pela verdadeira ciência.

- E uma outra disse: Queríamos destruí-lo, cortando-o com a espada da justiça, e a justiça nos faz subir sobre o patíbulo.

- E outra: Queríamos destruir o poder dos príncipes, e os príncipes permanecem sobre seus tronos; e os povos, que tinham destronado e expulsado o rei, buscam um apoio sob o poder real.

- E uma outra: Queríamos derrubar os templos e perseguir os padres; e a cruz se levanta e a perseguição torna os padres mais veneráveis.

- E outra: Queríamos abolir a religião; e o mundo rejeita a impiedade e por todos os lados clamam novamente a religião.

Então a sétima sombra:

Cristo venceu; maldito seja!

E todas responderam a uma só voz:

Cristo venceu; maldito seja!

E vi uma mão que avançava; ela mergulhou o dedo na água escura, cujas gotas medem, ao cair, a duração eterna, marcando a testa das sete sombras com ela, e ouviu-se como um trovão que dizia essas palavras:

Enganados, malditos, condenados para sempre!

 

Mgr Rosset. La Franc-Maçonnerie et les moyens pour arreter ses ravages. Tradução de Robson Carvalho. Paris, Librairie Victor Lecoffre, 1882.

 

Fonte:http://catolicosribeiraopreto.com/e-todas-as-sombras-responderam-a-uma-so-voz-cristo-venceu-maldito-seja/




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