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12/08/2014
Massacre dos Cristãos em curso (incluindo mulheres e crianças).

Massacre dos Cristãos em curso (incluindo mulheres e crianças).

11/08/2014

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Alguém no Vaticano precisa ter vergonha diante de Deus e dos homens.

Por Antonio Socci| Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum.com – O drama em curso dos cristãos perseguidos é visto pelos laicos (até mesmo por governos anti-clericais como a França) com mais sensibilidade do que pelo mundo Católico e eclesiástico, onde se tratam as vítimas com pouca sensibilidade e até com um certo mal estar, enquanto se usa de uma reticente cautela, ou seja, luvas brancas com os algozes.

Duzentos mil cristãos (mas também outras minorias) estão em fuga, expulsos por militantes islâmicos que estão crucificando, decapitando e apedrejando quem eles consideram como inimigos. Nesse momento chegam até a mim notícias oficiosas de atrocidades indescritíveis contra mulheres e crianças (esperamos que não sejam verdade).

Considerando este martírio dos cristãos que são marcados como “Nazarenos” sem direitos, caçados, assassinados, com as igrejas queimadas e a destruição de tudo o que é cristão, a voz do Vaticano e do Papa — normalmente muito vigoroso e intervencionista — foi apenas um leve gemido.

Nem mesmo pode ser comparada com o seu estrondoso “Vergonha! Vergonha! Vergonha!” repetido cinco ou seis vezes pelos imigrantes em Lampedusa [nota do Fratres: podemos lembrar também da fortíssima condenação à máfia, recordando até a demodé "excomunhão"]. No entanto, os italianos não tinham absolutamente nada do que se envergonhar, já que haviam corrido pra salvar aqueles pobres coitados cujo barco havia se incendiado e naufragado enquanto eles estavam no mar.

UMA NOTA (fora de sintonia)

Giuliano Ferrara [fundador e diretor do jornal Il Foglio] tem razão. Diante do horror que está se desenrolando na planície de Nínive, o Vaticano deu à luz, na quinta-feira (mais do que atrasado), uma  simples “nota” através do padre Federico Lombardi, onde, em nome do Papa, se pede à “comunidade internacional” que ponha um fim ao “drama humanitário em curso” no Iraque, ou seja, uma espécie de “salário mínimo” cujo único objetivo é tentar salvar a própria cara.

Mesmo porque o que está em curso é muito pior do que uma “tragédia humanitária” e nada é dito sobre o que deve ser feito. Além do mais — observa Ferrara “nada naquela declaração fria faz menção sobre quem é responsável por estes eventos angustiantes”. Nem uma palavra sobre o que obrigou as “comunidade atribuladas” a fugirem de suas próprias cidades.

Parece que aquela força com a qual João Paulo II falava na defesa dos cristãos perseguidos virou coisa do passado. E aquela clareza de de Bento XVI no grande discurso de Regensburg, — que era uma mão estendida ao Islamismo para que refletisse criticamente sobre si mesmo —  também é coisa remota.

A atitude do pontificado atual é de uma reticência desconcertante diante de criminosos sanguinários, com os quais  — dizem os bispos do lugar — não há possibilidade alguma de diálogo, porque com relação aos cristãos, esses já disseram:

“não há outro diálogo senão a espada “.

Uma  relutância que já se tornou habitual no comportamento do Papa Bergoglio, que não disse uma única palavra em defesa da mãe cristã condenada à morte por sua fé no Paquistão ou no Sudão (penso em Asia Bibi ou Meriam), que se recusa até mesmo a convocar uma oração pública por eles, e quando se vê obrigado fala sempre genéricamente de cristãos perseguidos e chega mesmo a afirmar, como fez na entrevista à “La Vanguardia” em 13 de Junho:

“Os cristãos perseguidos são uma preocupação que me afetam muito como pastor. Sei tanto sobre as perseguições que não parece prudente contar aqui para não ofender ninguém”

A fim de não ofender quem? Os criminosos sanguinários que crucificam os “inimigos do Islã”? Não é chocante?

Há milhares de inocentes correndo iminente perigo de vida, perseguidos e dilacerados, fugindo de assassinos e Bergoglio se preocupa em “não ofender” os carrascos?

Por que toda essa cautela quando se trata do fanatismo islâmico? Por que nem sequer se ousa a nomeá-los? E por que se pede à comunidade internacional para pôr fim à “tragédia humanitária” sem dizer como?

O inédito

Além disso, Bergoglio não só não pediu a interferência humanitária, como também não lançou operações de socorro humanitário ou iniciativas de solidariedade a nível internacional, que envolvesse o vasto mundo católico. Tardia também foi a ativação da diplomacia.

No domingo passado [dia 3], durante o Angelus, não disse uma única palavra sobre a tragédia em andamento e se calou até mesmo sobre a iniciativa da Igreja italiana de convocar para o dia 15 de agosto um dia de orações pelos cristãos perseguidos.

Agora, orar pelos cristãos perseguidos também se tornou “ofensivo” para os muçulmanos?

Pelo menos a oração dos bispos italianos será uma oração cristã real e séria. Certamente que não acontecerá de revermos um imã muçulmano, como aquele convidado pelo Vaticano para a iniciativa de paz no dia 8 de junho com Abbas e Peres, que cantava um verso do Alcorão, onde Allah foi invocado dizendo:

“dá-nos a vitória sobre os infiéis.”

Quase um hino à “guerra santa” islâmica nos jardins do Vaticano. Um incidente inédito.

Na oração organizada pelo Conferencia Episcopal Italiana isso não vai acontecer. Agora espera-se que, pelo menos, mais cedo ou mais tarde, o Papa se  junte à iniciativa dos bispos, talvez repetindo a oração na Praça de São Pedro do mesmo modo como fez pela paz na Síria, que, como recordamos, combinada com a diplomacia, algum bom resultado produziu.

Também seria auspicioso que se mobilizasse toda a Cristandade para iniciativas de ajuda e de solidariedade aos perseguidos.

Mas, parece realmente que esse não é o clima. Parece que retornamos ao mesmo clima sombrio dos anos 70, àquela subordinação ideológica dos cristãos, àquela escuridão que só foi dissolvida com a inauguração do grande pontificado de João Paulo II.

Antonio Socci

Publicado no  “Libero”, 10 de agosto de 2014

 

Fonte:http://fratresinunum.com/2014/08/11/massacre-dos-cristaos-em-curso-incluindo-mulheres-e-criancas/




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